Representantes do rapper Tupac Shakur e do roqueiro Tom Petty, ambos falecidos, integram um grupo que busca uma indenização de pelo menos 100 milhões de dólares da Universal Music Group (UMG) pela perda de gravações valiosas em um incêndio no ano de 2008.
O processo coletivo, iniciado na última sexta-feira (21), é o primeiro contra a empresa desde que o jornal The New York Times publicou uma investigação revelando a destruição de cerca de 500 mil gravações, entre elas fitas originais, durante um incêndio ocorrido em junho de 2008.
Três escritórios de advogados entraram com a ação em Los Angeles, representando vários artistas, entre eles as bandas Soundgarden e Hole e o músico Steve Earle. Segundo o texto do processo, a Universal arquivou as fitas masters contendo os trabalhos dos demandantes em um "depósito inadequado" dentro do prédio da companhia, cujo risco de incêndio era conhecido.
Os advogados acusam a Universal de "ocultar a perda com declarações públicas falsas", enquanto buscava um acordo de confidencialidade com a Universal Studios. Citando cláusulas de seus contratos de gravação, os artistas alegam que têm direito a pelo menos metade do montante desse acordo, que poderia ter um valor estimado em, pelo menos,
150 milhões de dólares, segundo documentos da Corte.
Entre os trabalhos que supostamente foram consumidos pelas chamas estão os de artistas como Billie Holiday, Louis Armstrong, Bing Crosby, Ella Fitzgerald, Sonny e Cher, Joni Mitchell, Eric Clapton, Elton John, Janet Jackson e Nirvana.
As chamadas master recordings são fontes únicas utilizadas para criar vinis, CDs e cópias digitais. A perda deste material afeta, principalmente, edições póstumas e o lucrativo negócio das reedições.
O diretor executivo da Universal Music Group, Lucian Grainge, disse que a empresa deve "transparência" aos artistas sobre a destruição provocada pelo incêndio, mas, desde a revelação do New York Times, a empresa vem minimizando o prejuízo.
— Isso aconteceu há 11 anos e as manchetes recentes são apenas barulho — disse Arnaud de Puyfontaine, diretor executivo da Vivendi, proprietária da Universal Music Group, em entrevista à revista Variety.