Desde 2014, quando lançou Luiz Maurício, Lulu Santos não investia sua energia em um disco com faixas inéditas. O jejum foi quebrado com Pra Sempre, álbum que fala de amor, um dos temas prediletos do carioca de 66 anos. Já disponível nas plataformas digitais, o trabalho traz 11 músicas, 10 autorais e a versão de Lulu para The Look of Love, canção de 1967 de Burt Bacharach e Hal David. No novo álbum, Lulu desfila todo o romantismo que caracterizou boa parte de sua carreira. O sentimento reunido nas músicas inéditas tem um destinatário muito especial: Clebson Teixeira, companheiro de Lulu desde abril do ano passado.
Pra Sempre conta com a participação especial da banda O Terno e com a produção de Head Media (dupla formada pelos ex-integrantes da banda Cine, Pedro Dash e Diego Silveira), de Anderson Noise e Theo Zagrae. Outro nome na produção é DJ Memê, antigo colaborador do artista que deixou suas digitais em discos marcantes de Lulu, principalmente em Eu e Memê, Memê e Eu (1995), com covers remixados de Descobridor dos Sete Mares, Se Você Pensa, Fullgás e Sossego, além de versões repaginadas de clássicos da carreira do astro, como Casa e Toda Forma de Amor.
A primeira canção de Pra Sempre apresentada ao público foi Orgulho e Preconceito, lançada em agosto de 2018 e composta em homenagem a Clebson. Aliás, mesmo que Lulu não oficializasse a homenagem, seria possível deduzir que a música tinha endereço certo, ouvindo alguns trechos: “Esta canção é pra você nunca mais ter que sussurrar quando diz que me ama / Pra te libertar de todo julgamento alheio/ Pra você poder dizer sem receio: te amo! / Só sinto verdade no que ouço, só sinceridade / Não daria certo de outro jeito/ Ouça o coração mais que a um preconceito / Pra poder dizer do fundo do peito: Lux, te amo”.
— Minhas músicas mais populares são as românticas, não é à toa que sou o último romântico. É uma canção simples, direta e sentida, como deve ser o próprio amor — afirma o cantor na entrevista.
Conforme Lulu, as canções de Pra Sempre, seu “álbum de casamento”, como tem dito, foram escritas entre maio de 2018 e março passado:
— O disco é um passo a passo do nosso envolvimento. Costumo dizer que (as canções) são as estações da paixão.
Na faixa de abertura, Radar, com cordas orquestradas pelo maestro Eduardo Souto Neto, aparecem as batidas do DJ Memê, bem conhecidas do público de Lulu, e mais algumas declarações para Clebson, como no trecho em que Lulu canta: “Você não tava no radar/ que francamente, eu/ há algum tempo desligara/ Mas nada impediu o que era pra ser/ a história se escreve, queira ou sem querer”.
Sobre a composição da canção, uma das que mais lembram seu período pop dos anos 1980 e 1990, Lulu afirma que manteve “sua identidade”:
– Não tenho alternativa a não ser eu mesmo musicalmente, é minha identidade. Por isso, decidi pela inclusão das participações de O Terno, do DJ Anderson Noise, além das parcerias de produção com Sergio Santos, Ruxell e DJ Memê. Todos sempre bem-vindos.
Outra faixa que ganha destaque, e que já havia sido antecipada por Lulu, é Gritos e Sussurros, apresentada no programa da Globo The Voice Brasil, em 2018. Composta por ele e produzida por Dudu Borges, a canção foi mostrada ao público em parceria com Michel Q. Porém, no disco, em versão solo, ganhou batidas eletrônicas, mantendo a característica de Lulu Santos.
A turnê de Pra Sempre tem estreia prevista para o próximo sábado, em Belo Horizonte e, informa a gravadora Universal Music, vai passar por Porto Alegre nos dias 20 e 21 de dezembro, no auditório Araújo Vianna. Quando o assunto é a expectativa de voltar à estrada, reaparece, novamente, o Lulu romântico:
– Volto para a estrada com um show que defende as cores de um álbum feito para um amor em BH (Clebson é mineiro) e que se chama Pra Sempre... Nada mais apropriado.