Depois de uma fase complicada em sua vida financeira, em que foi alvo de processos e chegou a ser despejado de sua casa no Leblon, o cantor, violonista e compositor João Gilberto, 86 anos, conseguiu um feito importante nesta terça-feira (26): venceu, em segunda instância, uma ação que moveu contra a gravadora Universal Music.
De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou a vitória do músico sobre a Universal, que incorporou a EMI, gravadora que inicialmente havia sido alvo do embate judicial. Em setembro de 2018, João acusou o selo de esvaziar o patrimônio da EMI justamente para não lhe pagar os devidos créditos.
A Justiça lhe deu ganho de causa, mas cabe recurso junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A reclamação de João começou pelo não pagamento de direitos autorais de composições incluídas nos discos Chega de Saudade (1959), O Amor, o Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961), além de uma música sua usada em um comercial de TV. O valor cobrado havia sido de R$ 172 milhões. Em 2013, a EMI pagou R$ 1,5 milhão, mas João recorreu.
Em 2018, sua filha, a cantora Bebel Gilberto, entrou com um pedido na Justiça para interditá-lo. A razão seria que alguém precisava cuidar da saúde do músico, assim como de suas finanças. Ele também foi alvo de despejo e precisou deixar o apartamento onde morava, no Leblon, um dos bairros mais tradicionais do Rio.
Bebel chegou a dizer que o pai, autor dos clássicos Insensatez, Chega de Saudade e Carinhoso, estava cantando, mas estava triste.