Na noite desta quinta-feira (13), a cantora Tulipa Ruiz lançou um clipe para a canção Pedrinho, do disco Efêmera. A música foi reinterpretada no álbum mais recente da artista, Tu, e agora ganha um vídeo em que expõe nudismo e o direito de ser quem quiser.
Em entrevista à Marie Claire, o idealizador da produção audiovisual Pedro Henrique França acredita que Pedrinho tornou-se uma personificação da resistência, "que chega para somar na luta pelo amor e pela liberdade". O vídeo conta com nove meninos que interpretam o espírito livre do personagem-título.
— Todo mundo tem uma opressão natural da sociedade com relação aos corpos, principalmente os corpos estranhos à sociedade, o menino gay já nasce oprimido, por causa do padrão estético imposto. A opressão matou e ainda mata muitos Pedrinhos por dentro e, infelizmente, na prática .
Além disso, França conta que a ideia surgiu após a imposição de censura à performance nu de Wagner Schwartz no MAM, em São Paulo.
— Depois que viralizou um vídeo de uma criança, que estava acompanhada da mãe, tocando nele virou uma gritaria dos grupos conservadores. E tínhamos acabado de passar pela censura do Queermuseu, em Porto Alegre. Então primeiro o clipe vem de uma "ei, que censura é essa?". A arte não deve ser censurada, a arte é uma ferramenta libertadora, questionadora, para o desenvolvimento humano da sociedade. E em segundo, a questão "por que o corpo nu incomoda tanto?", por que erotizamos tanto, demoramos para aceitar a se olhar nu.