Um show feito para quem gosta de samba. Assim Diogo Nogueira define o espetáculo que apresenta hoje, em Novo Hamburgo, e amanhã, em Porto Alegre, no qual mostra seu novo disco, Munduê. No álbum e no espetáculo, o sambista de 37 anos volta a pisar em um terreno bem conhecido e trilhado por seu pai, João Nogueira (1941 – 2000), nome histórico do gênero – que Diogo havia deixado um pouco de lado em seus trabalhos anteriores, mais românticos.
– Buscamos trazer o som do batuque, da ancestralidade, que é de onde o samba veio. Pensei muito na batucada que remetesse à época do Fundo de Quintal e àqueles primeiros discos do Zeca (Pagodinho), mas sem deixar de fora minhas influências atuais – comenta Diogo, em entrevista por e-mail.
Para ilustrar esse espírito, as fotos de divulgação do disco foram feitas no quilombo de São José da Serra, o mais antigo do Estado do Rio de Janeiro, formado por descendentes de escravos vindos de Angola, Congo e Guiné. Diogo conta que foi sua a ideia de inventar uma roupa de guerreiro e pintar a cara de lama. Em uma das fotos do ensaio, ele caminha de mãos dadas com crianças do quilombo.
– A ideia era estar com as crianças, que representam a pureza. Comecei a brincar com elas e a pensar: “Ê, munduê, me ensina a caminhar”. Eram as crianças me levando para a vida.
Diogo, que celebra 10 anos de carreira, assina todas as faixas do disco, algumas em parceria com nomes históricos – como Império e Portela, com Dona Ivone Lara (falecida em abril), Bruno Castro e Ciraninho.
– Quando pensei em fazer esse disco, entendi que tinha chegado o momento de apresentar canções de minha autoria, com alguns parceiros. Em outros trabalhos, colocava uma ou duas músicas de outros compositores. Mas, desta vez, optei por olhar para mim e para a minha história – afirma Diogo.
O sambista anuncia, também, uma espécie de momento político em uma parte do show, quando cantará Guerreiro Menino, de Gonzaguinha (1945 – 1991), Apesar de Você, de Chico Buarque, um dos grandes clássicos de resistência contra a ditadura militar.
– O momento exige um posicionamento claro. Vou cantar (essas faixas) porque é preciso cantar, se expressar, fazer com que as pessoas entendam o que está acontecendo – afirma Diogo.
Diogo Nogueira - Hoje, às 21h. Teatro Feevale (ERS-239, Campus II da Universidade Feevale), em Novo Hamburgo. Amanhã, às 21h. Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre
Ingressos em NH: R$ 120 (frisa), R$ 140 (frisa, segundo andar), R$ 160 (balcão nobre), R$ 180 (camarote) e R$ 200 (plateia), à venda em uhuu.com. Ingressos na Capital: R$ 120 (galeria mezanino), R$ 140 (galeria alta), R$ 180 (mezanino), R$ 200 (plateia alta e camarote) e R$ 220 (plateia baixa). Desconto de 50% para Sócio do Clube do Assinante no primeiro cem ingressos de de 10% nos demais.