Na expectativa para estar o mais próximo possível de Katy Pery nesta quarta-feira, uma centena de fãs da cantora se revezam em sete barracas na frente da Arena do Grêmio, onde ela fará show. Presente na frente do estádio desde às 10h da manhã da terça-feira passada (6), Lucas Griebler é o primeiro da fila. Morador de Esteio, ele está alternando o uso de uma barraca com mais 19 pessoas.
– No primeiro momento, nós ficamos meio assustadinhos porque é um bairro de risco. Mas a Arena do Grêmio nos recebeu muito bem. Nos cedeu toldo, tomada, iluminação na parte da noite. A segurança interna do estádio está sempre olhando para a gente. Do outro lado da rua, tem o prédio do batalhão da polícia. Eles sempre vinham aqui quando faziam ronda e perguntavam como a gente estava. Pessoal que mora aqui perto sempre que passa aqui nos oferece água e café. Fomos muito bem tratados. Nenhuma queixa – relata o fã de 20 anos.
Será a terceira vez que Lucas verá Katy Perry: ele assistiu a cantora em Curitiba e São Paulo, em 2015. Foi nessas apresentações anteriores que surgiu a inspiração para acampar na Capital gaúcha com outros fãs.
– Quando descobrimos que o show ia ser aqui, de primeiro ato nos unimos para montar uma barraca. Queríamos ser a primeira barraca por ser a nossa cidade, nossa casa – conta Lucas.
Para Lucas, Katy Perry faz parte do seu dia a dia:
– Quando se tem um ídolo, é como se ele fosse íntimo, mesmo que vocês não se conheçam. Cada vez que ela fez a letra de uma música nova, parece que ela fez para você. Katy tem uma música para cada momento. Isso nos ajuda muito. A gente usa ela como espelho: como ser humano já caiu, mas também se levantou.
Na fila desde sábado, Renan Aniceto habita a terceira barraca. Morador de Canoas e estudante de artes visuais, ele conta como a música da cantora se relaciona com a sua vida.
– Todas as músicas dela contém problemas da vida real que a gente também tem, como se cantasse o que a gente está precisando ouvir. Em Firework, ela fala sobre as pessoas que têm a auto-estima baixa. Querendo ou não, a maioria do público dela é LGBT, que já passou por diversas dificuldades: todo mundo já passou por algum caso de homofobia na família ou na escola. Em muitas músicas, Katy mostra que somos especiais e que somos um fogo de artifício: temos que mostrar o que a gente é de verdade – opina o fã de 20 anos.
Natalia Fernandes, 21 Anos, veio de Campinas (SP) para o show em Porto Alegre. Ela chegou domingo de manhã e irá ficar até o final do show. Depois pegará um voo pra São Paulo, onde verá a segunda apresentação da cantora nesta turnê. Também assistirá ao terceiro show no Rio.
– Meu primeiro show dela foi em 2011, em São Paulo. Depois fui na prèmiere do filme dela (Katy Perry: Part of Me), em 2012, no Rio. Em 2015, fui em São Paulo. Agora vou nos três shows da turnê – diz a operadora de caixa, que acampou nas outras apresentações que assistiu da cantora.
Quando não está na fila, ela fica na casa de uma amiga de Porto Alegre para tomar banho e descansar. A fã relata que recebe o apoio da família para seguir Katy Perry:
– (Meus pais) sabem que eu gosto dela há muito tempo. Por eu ser independente financeiramente, eles também não se preocupam muito. Sabem que sempre vai ficar tudo bem – assegura. – Quando a Katy anuncia as apresentações, eu já aviso a família toda, e eles já sabem que até o show só vou falar dela 24 horas (risos) – completa.
Conforme Natalia, show da Katy Perry é como Copa do Mundo:
– Os shows dela são espetáculos gigantescos, e ela sempre traz a melhor estrutura para o nosso país. Sempre digo que quando a Katy Perry marca shows aqui é como a "Copa do Mundo", só que para os fãs.
Assim como Lucas e Renan, Natalia destaca a terapia que as letras de Katy Perry podem ser para os fãs.
– Ela é uma artista que tem uma carisma enorme, musicas incríveis e que te ajudam em vários momentos seja de alegria ou tristeza – garante. – Posso dizer que ela é a unica coisa que eu sei que sempre vai estar presente na minha vida de alguma forma – conclui.