Bright, o novo filme do diretor David Ayer, traz duas apostas que prometem chamar a atenção: a primeira é que o longa é um mega produção da Netflix; a segunda, o astro Will Smith.
Se a cultura pop tivesse a força de hoje nos anos 1990, não existiria estrela maior no mundo do entretenimento do que Smith. Além de Um Maluco no Pedaço — uma série mais amada por fãs do que aclamada pela crítica —, no ar de 1990 a 1995, o ator emendou Os Bad Boys (de 1995), Independence Day (1996) e MIB: Homens de Preto (1997). Esse trio arrecadou US$ 1,547 bilhão em bilheteria.
Na década seguinte, o astro tentou deixar o pop e ser aceito pela Academia do Oscar e tem duas indicações, com as atuações em Ali (2001) e À Procura da Felicidade (2006). Desde então, o ator vem fazendo um movimento para voltar ao universo que o recebe tão bem. Na primeira parceria com David Ayer, viveu nas telonas o Pistoleiro, o protagonista do filme Esquadrão Suicida, baseado no grupo de mesmo nome dos quadrinhos.
Sua nova aposta está em Bright, de novo sob o comando de Ayer, o ex-fuzileiro naval e roteirista de Dia de Treinamento.
Criado no submundo de Los Angeles, Ayer tem uma visão mais escura e raivosa da cidade. Tudo isso, contam os atores depois, vai direto para a tela — ou para o smartphone.
— David Ayer é um daqueles diretores de uma lista que eu tenho ao lado de Ang Lee, Michael Bay e Christopher Nolan. Se algum nome desses me chama, eu vou — disse Smith, na Comic Con Experience 2017, realizada em São Paulo.
E Bright, filme lançado exclusivamente na Netflix nesta sexta-feira (22), pode ser a aposta acertada. Além da crueza e escuridão das ruas de Los Angeles e uma trama policialesca, Ayer acrescenta um tempero fantasioso.
— É como se fosse Dia de Treinamento com O Senhor dos Anéis — brincou Smith durante a entrevista coletiva realizada com a imprensa brasileira e de outros países da América Latina.
Bright parte de uma ideia estabelecida de que humanos e seres como elfos, orcs e fadas convivem há milênios. Vive-se, no filme, como os dias de hoje, mas com algumas alterações. A discriminação racial e a discrepância financeira também é traduzida para o novo cenário. Os mais ricos e abastados são os elfos. Os orcs sofrem no presente com as ações dos antepassados e são relegados.
— Foi interessante ser o personagem que estava mais elevado na hierarquia social, procurando alguém para colocar para baixo e mostrar a superioridade. Mas tomamos cuidado para não ficar tão pesado. O divertido dos efeitos especiais é que você consegue falar de coisas que não conseguiria falar — contou Smith.
Bright é também um passo grande da Netflix no universo dos cinemas. Se o serviço já se estabeleceu no âmbito das séries — já foram 4 Globos de Ouro e 37 Emmies, afinal —, ainda patina na luta contra as grandes empresas de longas-metragens. O drama Okja, por exemplo, teve sua estreia vaiada no Festival de Cannes, neste ano.
Para divulgar o filme, a Netflix contou com a ajuda de Evaristo Costa, ex-apresentador do Jornal Hoje da Globo. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Evaristo aparece em uma bancada de telejornal e informa um incêndio. Mas a "notícia" envolve os personagens do filme. Assista: