Antes do The Who subir ao palco nesta terça-feira, a banda inglesa Def Leppard abrirá a noite roqueira no Beira-Rio. Formado em Sheffield, em 1977, o grupo de hard rock passou com altos e baixos em sua trajetória de 40 anos. Parte das quatro décadas do Def Leppard, que envolvem muita superação, será revisitada no show em solo gaúcho.
– Vocês podem esperar bastante energia. Uma banda de rock tocando canções muito fortes – promete o vocalista Joe Elliott em entrevista por telefone a ZH.
Além de Elliott, o Def Leppard é formado por Phil Collen (guitarra), Vivian Campbell (guitarra), Rick Savage (baixo) e Rick Allen, que toca bateria apenas com seu braço direito – em dezembro de 1984, ele teve o esquerdo amputado em razão de um acidente de carro, seguindo carreira após desenvolver uma bateria especialmente adaptada.
Antes do acidente com Allen, o Def Leppard vinha em ascendência, com três disco lançados: On Through the Night (1980), High 'n' Dry (1981) e o aclamado Pyromania (1983). Desse terceiro álbum, a banda emplacou hits como Photograph, Foolin', Rock of Ages e Rock! Rock! (Till You Drop), além de ajudar a solidificar o caminho do metal mainstream dos anos 1980 seguido por grupos americanos como Poison e Bon Jovi.
Em 1987, foi lançado Hysteria, o disco mais bem-sucedido do grupo. Com mais de 16 milhões de cópias vendidas, promoveu o casamento do pop com o hard rock e contou com hits como a faixa-título, Women, Animal, Pour Some Sugar On Me e Love Bites, que ganhou a versão brasileira Mordida de Amor, da banda Yahoo.
Para celebrar seu trigésimo aniversário, Hysteria foi relançado este ano em diferentes versões especiais, incluindo takes alternativos, faixas ao vivo, b-sides e dois DVDs.
– Fomos evoluindo naturalmente. Há uma grande progressão do nosso primeiro disco para o segundo. No terceiro álbum, há um grande salto para o anterior. Hysteria é uma progressão ainda maior comparado com Pyromania. Sempre tentamos ir além e fazer um pouco diferente do que fizemos antes. Isso continua sendo a premissa do rock'n'roll. Amamos a ideia de grandes solos de guitarras e canções harmoniosas, com refrões para as pessoas cantarem. Continuamos verdadeiros aquilo que acreditamos – aponta Elliott.
Banda cancelou apresentação no Rock in Rio de 1985
A realização de Hysteria foi longa, tortuosa e bastante cara – cerca de US$ 5 milhões, uma extravagância para a época. Para Elliott, foi como "descer o Monte Everest patinando". Além da tragédia com Allen, a banda teve problemas de diferença criativa com o primeiro produtor do álbum, Jim Steinman. O grupo tentou produzir o disco por conta própria, com auxílio do engenheiro de som Nigel Green, mas a ideia não foi em frente. Robert John "Mutt" Lange, que já havia trabalhado com o Def Leppard em High 'n' Dry e Pyromania, foi chamado para a função. Porém, o estilo perfeccionista de Lange acabou atrasando ainda mais o lançamento do álbum. A enrolação com o Hysteria acabou fazendo o grupo cancelar sua apresentação no primeiro Rock in Rio, em 1985.
Enquanto se preparava para lançar Adrenalize (1992), o Def Leppard passou por outra tragédia: o guitarrista Steve Clark morreu em 1991 por conta de uma overdose acidental com analgésicos. Em seu lugar, entrou Vivian Campbell, que já havia tocado com Dio e Whitesnake. Em 2013, Campbell anunciou que foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin – câncer no sistema linfático –, uma batalha que tem travado desde então.
O Def Leppard lançou 11 discos de estúdio, sendo o mais recente o álbum homônimo de 2015. Para Elliott, o trabalho é um junção de ideias diferentes.
– Minhas canções eram diferentes das do Rick Savage, assim como as de Phil Collen e de Vivian Campbell. Juntos, conseguimos dar unidade às nossas ideias, todas vindas de diferentes direções. Temos músicas como All Time High, que é uma forte canção de rock'n'roll, assim como Broke 'N' Brokenhearted. Já Blind Faith e Battle of My Own são bem diferentes. Temos um monte de dinâmicas variadas no disco vindas de diferentes lugares e cabeças – explica.
Em 1997, o Def Leppard fez a primeira turnê no Brasil, tocando no Rio e em São Paulo. Dos dois shows programados para a capital paulista, um foi cancelado devido à baixa procura de ingressos. No Rio, apenas duas centenas de pessoas compareceram. Agora, a banda tocou para um público muito maior no Rock in Rio, quinta passada, e na apresentação em São Paulo realizada no último domingo, abrindo para o Aerosmith.
Para Elliott, não há muito mais para o Def Leppard conquistar que já não tenha alcançado. Porém, sempre é possível reviver antigas sensações:
– Já estivemos nos primeiros lugares das paradas, tivemos turnês com ingressos esgotados ao redor do mundo. No entanto, gostaria de recriar algumas experiências. Como estar de novo em um lugar como o Brasil, que não visitávamos há 20 anos. É isso que nós gostamos de fazer.
Provável repertório*
- Let’s Go (Def Leppard, 2015)
- Animal (Hysteria, 1987)
- Let It Go (High 'n' Dry, 1981)
- Love Bites (Hysteria, 1987)
- Armageddon It (Hysteria, 1987)
- Man Enough (Def Leppard, 2015)
- Rocket (Hysteria, 1987)
- Bringin’ on the Heartbreak Switch 625 (High ‘n’ Dry, 1981)
- Hysteria (Hysteria, 1987)
- Let’s Get Rocked (Adrenalize, 1992)
- Pour Some Sugar On Me (Hysteria, 1987)
- Rock of Ages (Pyromania, 1983)
- Photograph (Hysteria, 1987)
* Set list do show no Rock in Rio, na quinta-feira
Confira o serviço:
Data: terça-feira, 26 de setembro de 2017.
Local: Anfiteatro Beira-Rio
Abertura dos Portões: 17h
Horário do show: 21h30min
Ingressos: a partir de R$ 210 a R$ 580
Pontos de venda:
Pelo site da Paypal (a partir de 15 de maio, às 22h): www.paypalrocks.com.br
Online (a partir do dia 22 de maio, às 22h) – www.ingressorapido.com.br
Hits Store – sem taxa de serviço (a partir do dia 23 de maio)
Av João Wallig, 1.800 – Passo da Areia (2º andar em frente ao Itaú)
Porto Alegre / RS
Segunda a Sábado, das 10 às 22h / Domingo, das 14 às 20h