Será discreta a festa de aniversário de Paixão Côrtes nesta quarta-feira. O folclorista, que completará 90 anos, decidiu dar uma pausa indeterminada na vida pública, a fim de fortalecer sua saúde.
Antes dessa virada, no entanto, recebeu em sua casa as equipes do Jornal do Almoço e do Galpão Crioulo, da RBS TV. No noticiário, que foi ao ar neste sábado, Paixão avaliou sua trajetória como pesquisador e divulgador dos costumes e da cultura gaúcha:
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– É uma alegria ver que uma ideia que nasceu há 70 anos cresceu, multiplicou-se, deixou de ser um pensamento para ser uma ação humana. Existem 4 mil entidades espalhadas pelo mundo inteiro divulgando nossas virtudes, nossas histórias e nossas peculiaridades. A ideia fecundou, e as novas gerações saberão torná-la mais importante ainda.
O folclorista iniciou suas pesquisas junto com Barbosa Lessa (1929 _ 2012) ainda no final da década de 1940, viajando pelo interior do Estado para documentar danças e hábitos do homem do campo.
– Os analfabetos têm uma contribuição preciosa na informação do seu passado e do seu viver, que hoje fazem parte da cultura e da educação das universidades e dos grandes acontecimentos nacionais – avalia Paixão.
Há 70 anos, o folclorista foi um dos fundadores do 35 Centro de Tradições Gaúchas, o primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
– O que importa para mim é saber que as novas gerações estão dando continuidade aos valores de seus antepassados – afirma.
Paixão também falou sobre estátua do Laçador, cartão-postal para o qual serviu de modelo em 1954.
– A obra é do Antonio Caringi, esse grande escultor, que merece todo o nosso aplauso. Como artista rio-grandense e internacional, levou o gaúcho ao cenário universal como símbolo de uma terra. Não é fácil. Tive a felicidade de conhecê-lo, de posar a ele com minhas roupas autênticas e com meu laço, elementos da minha vida campeira em Santana do Livramento, onde nasci.
Galpão Crioulo
Neste domingo, a edição inteira do programa Galpão Crioulo é dedicada a Paixão Côrtes. O programa recupera imagens de arquivo do homenageado e apresenta danças por ele documentadas jamais exibidas na televisão. As performances são do CTG Brazão do Rio Grande, que também segue à risca a indumentária documentada por Paixão.