A coincidência reforça o convite para a festa marcada para esta terça-feira, no palco do Pepsi On Stage: Roger Hodgson volta a Porto Alegre no dia do seu aniversário de 67 anos para celebrar com os fãs os clássicos que consagrou à frente de sua ex-banda, o Supertramp.
O músico britânico viaja pelo mundo com o show Breakfast in America, título do mais bem-sucedido disco do Supertramp – lançado em 1979, vendeu mais de 20 milhões de cópias. Hodgson destaca no repertório sucessos desse álbum, incluindo The Logical Song, Breakfast in America e Take the Long Way Home, e hits registrados em discos anteriores do Supertramp, como Fool's Overture e Dreamer - exceto os compostos e cantados por Rick Davis, com quem compartilhava a linha de frente do grupo. Também deve mostrar canções de seus trabalhos solo.
Antes de embarcar para a turnê pela América do Sul, Hodgson conversou com Zero Hora. Confira a entrevista.
Por que razão sua turnê tem o nome de um dos discos do Supertramp, Breakfast in America?
Breakfast in America é, obviamente, um disco muito especial e evoca lembranças maravilhosas nas pessoas. E, para quem não reconhece o nome Roger Hodgson, ajuda a ligar os pontos e fazer conexão com as músicas que serão ouvidas no show.
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O repertório da turnê combina sucessos de Breakfast in America e de outros discos do Supertramp, além de faixas de seus discos solo. Como se dá a montagem do set list?
O mais difícil para mim é escolher quais músicas não tocar, porque tenho tantas e adoraria tocá-las todas. Eu não diferencio as canções que escrevi e gravei com o Supertramp das canções que escrevi e gravei nos meus álbuns solo. São todas elas meus bebês. Minha intenção todas as noites é dar ao público a melhor experiência possível em duas horas de espetáculo. Quero levar as pessoas a uma jornada musical e emocional que as deixe leves e felizes. Tenho um maravilhoso repertório para escolher, mas vou sempre incluir canções que sei que o público gosta de ouvir, como Breakfast in America, Give a Little Bit, It's Raining Again, Fool's Overture, The Logical Song, Dreamer, School, In Jeopardy, Lovers in the Wind, Had a Dream e muitas outras. Todas as noites são como viagens pela minha vida, e as pessoas me dizem que essas músicas nunca soaram tão bem.
A música mais tocada do Supertramp no serviço de streaming Spotify é The Logical Song. É uma canção que fala do processo de amadurecimento, de dilemas existenciais. Essas questões ainda são presentes na sua vida?
The Logical Song nasceu de minhas perguntas sobre o que realmente importa na vida. Durante a infância somos ensinados sobre os caminhos a tomar, mas raramente ouvimos algo sobre seguir nossas vocações e inspirações. Somos ensinados a funcionar sob as aparências e não a seguir quem realmente somos interiormente. Passamos da inocência e da maravilha da infância à confusão da adolescência, que muitas vezes acaba no cinismo e na desilusão da idade adulta. Em The Logical Song, a pergunta urgente é: "Por favor, me diga quem eu sou". Nestes tempos em que a vida se tornou mais complexa, esse eterno questionamento ressoa cada vez mais alto. E é por isso que essa música segue provocando um profundo impacto nas pessoas ao redor do mundo.
Você está há 17 anos sem lançar um disco com material inédito. Voltar ao estúdio está nos seus planos?
Tenho uma vida muito ocupada, não tenho certeza de como ou quando vou lançar as 60 canções que tenho no meu bolso. O que me motiva hoje em dia é continuar dando às pessoas uma rica experiência nos meus shows, e talvez mostrar uma ou duas músicas inéditas para aqueles que estão com apetite por novas canções minhas.
O Supertramp colocou piano e voz na linha de frente de uma banda de rock, modelo hoje seguido por grupos como Coldplay. Você identifica essa influência?Ouço muitas canções de novas bandas nas quais posso ouvir a influência do meu estilo de teclado, ou do meu violão de 12 cordas ou do piano elétrico Wurlitzer em que compus Dreamer e The Logical Song. É maravilhoso porque eu também fui influenciado pelas grandes bandas dos anos 1960, como Beatles, The Who, The Kinks e Traffic.
Os fãs podem continuar sonhando com uma possível reunião do Supertramp, nem que seja para um projeto especial? Você mantém contato com o Rick Davis?Eu raramente deparo com fãs que me perguntam se uma reunião do Supertramp ainda é possível. Os fãs são gratos por verem nos meus shows uma banda tão boa como o Supertramp e ouvir muitas das músicas do Supertramp. É um novo tempo, uma nova era, e estou mais satisfeito do que nunca. Sou muito grato pela aventura do Supertramp. Mas o Supertramp agora é apenas uma marca registrada, um mito, e minhas músicas seguem vivas.
O público brasileiro tem algum particularidade em relação ao de outros países?Fico espantado como a plateia de uma cidade é totalmente diferente da de outra. Sou apaixonado pelos brasileiros. Sua espontaneidade, paixão e alegria pela vida me tocam profundamente. Estarei celebrando meu aniversário em Porto Alegre, o que obviamente vai fazer do show uma noite muito, muito especial.
Provável repértório*
Take the Long Way Home
School
In Jeopardy
Lovers in the Wind
Breakfast in America
Easy Does It
Sister Moonshine
The Logical Song
Lord Is It Mine
Death and a Zoo
If Everyone Was Listening
Child of Vision
Dreamer
Fool's Overture
Bis
Had a Dream (Sleeping with the Enemy)
Give a Little Bit
It's Raining Again
* Repertório do show em Vitória, no sábado. Na turnê, Hodgson tem tocado outras faixas do Supertramp, como Lady, Hide in Your Shell e Babajy, além de Along Came Mary, de sua fase solo
Roger Hodgson
Terça, às 21h30min.
Pepsi On Stage (Avenida Severo Dulius, 1.995).
Classificação: 14 anos. De 12 a 14 anos é permitida a entrada junto com um responsável. Menores de 12 anos não podem entrar.
Ingressos: R$ 260 (mezanino e pista) e R$ 350 (cadeira). Sócios do Clube do Assinante têm 50% de desconto. Ponto de venda sem taxa: Multisom da Rua dos Andradas, 1.001, das 11h às 19h. Com taxa: site ticketsforfun.com.br.