Inédita em Porto Alegre, a turnê de celebração dos 30 anos de carreira do Sepultura desembarca neste domingo, no bar Opinião, para um show de reencontro entre a maior banda brasileira de heavy metal e um dos públicos nacionais mais fiéis ao som pesado.
Desde 2011 sem se apresentar na cidade, o quarteto comandado pelo guitarrista Andreas Kisser trará um set list com novidades. A principal delas será a execução de I am the enemy, pedrada do disco novo, com previsão de lançamento para janeiro de 2017. Também serão apresentadas faixas do lado B do celebrado álbum Roots (1996), que levou a banda ao auge no mundo do metal e influenciou vertentes como o Nu Metal. Também deverá compor o espetáculo Under my skin, single lançado ano passado. Por ser uma turnê de celebração da carreira, serão contempladas todas as fases da banda, desde os furiosos primórdios até a evolução para as canções políticas de Chaos A.D. (1993).
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A banda retorna a Porto Alegre em momento positivo, deixando para trás fases ruins, tensões e crises com os fundadores irmãos Cavalera que quase levaram o grupo ao fim. Recentemente, o Sepultura voltou a ser chamado para tocar nos grandes festivais europeus, e o último álbum de estúdio, The mediator between head and hands must be the heart (2013) encontrou boa aceitação. Em fevereiro de 2017, a banda inicia uma turnê de quase dois meses pela Europa com a alemã Kreator – gigante basilar do trash metal.
– É a primeira vez que faremos turnê juntos. É legal porque o Kreator influenciou muito o Sepultura. O Mille Petrozza (vocalista e guitarrista) foi um dos primeiros a responder às correspondências quando o Max (Cavalera, fundador do Sepultura) tinha contato com a galera de fora – explica Andreas, em entrevista a ZH.
Todos esses fatores criaram um ambiente de expectativa para o próximo álbum, gravado na Suécia com o produtor Jens Bogren. Até o momento, pouco se sabe sobre ele além da música I am the enemy, já executada nos shows.
Entre outros feitos, o Sepultura se notabilizou por canções que viraram sucesso, buscando inspiração em outros gêneros, casos de Bullet the blue sky, do U2, e Polícia, do Titãs. Mas nenhuma das covers conquistou tanto os fãs quanto uma releitura do lendário Motörhead.
– Sem dúvida nenhuma, o que nos trouxe maior retorno dos fãs foi Orgasmatron (1991). Muita gente até pensa que a música é do Sepultura, de tanto que tocamos – diz Kisser.
O músico vem exercitando a cada dia a sua posição informal de embaixador do heavy metal em meios da sociedade em que o gênero não se faz presente. Na velha discussão dos amantes do som pesado sobre sair ou ficar no gueto, ele tomou posição e, definitivamente, atua pela inclusão dos headbangers nos círculos mais populares, como a TV aberta. Uma das recentes ações nesse sentido ocorreu na cerimônia de encerramento da Paralimpíada do Rio, ocasião em que Kisser se apresentou ao lado do músico Armandinho. As críticas dos fãs mais radicais são inevitáveis, mas os elogios também chegam.
– Estava faltando guitarra nessas cerimônias. As referências da cultura brasileira foram bem divididas. Misturar o frevo com o heavy metal foi maravilhoso – afirma o músico.
SEPULTURA 30 ANOS
Domingo, às 20h.
Abertura da casa: 18h30min.
Classificação: 14 anos.
Opinião (José do Patrocínio, 834), fone (51) 3211-2838.
Ingressos: R$ 60 (com a doação de alimento ou agasalho) e R$ 110 (inteira). Desconto de 50% para sócio e acompanhante do Clube do Assinante.
Ponto de venda sem taxa: loja Youcom do shopping Bourbon Wallig.