O setor literário do Rio Grande do Sul não fugiu dos impactos da enchente do mês de maio. Ao menos 25 editoras do Estado foram afetadas com cerca de 50 mil exemplares perdidos, afirma o Clube dos Editores do RS. As informações são do portal G1.
Por isso, com o objetivo de retomar o segmento, uma campanha está prevista para esse mês de junho, segundo João Xavier, presidente da entidade. Para se ter ideia da dimensão dos estragos, apenas em Porto Alegre, duas editoras estimam terem perdido cerca de 25 mil livros.
- Com as livrarias fechadas, sem as transportadoras e Correios, ficou muito difícil. Os livros que não tinham molhado, umedeceram. Teve editoras que não tiveram seu estoque molhado, mas que tinham livros em livrarias e distribuidoras que foram invadidas pela água e, inclusive, gráficas foram alagadas -, relata Xavier.
Com base no Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP), monitorado pelo governo estadual, 23 bibliotecas públicas tiveram algum prejuízo no Rio Grande do Sul. A Biblioteca Municipal Josué Guimarães, no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues, na Capital, teve o subsolo inundado. O acervo de 30 mil exemplares e as fichas de milhares de usuários foram preservados. Mas estima-se que 200 livros foram perdidos.
Já a L&PM, que fará 50 anos em 24 de agosto de 2024, perdeu mais de 10 mil exemplares com a cheia. A empresa, fundada por Ivan Pinheiro Machado, em Porto Alegre, tem um depósito no Quarto Distrito, região próxima ao Guaíba e que foi inundada após o rompimento de uma comporta. Tanto no depósito quanto na sede, foram perdidos móveis e equipamentos.
- Além dos livros perdidos, nossa sede, na Rua Comendador Coruja, teve perda total, será fechada e não voltaremos pra lá, lamenta Machado.
Já a editora Libretos, dos 15 mil livros que estavam em um depósito que foi alagado, 12 mil foram perdidos. O prejuízo é de cerca de R$ 300 mil.
Campanha em junho
Um centro cultural organizou a Feira do Livro Reconstrói RS com intuito de minimizar os prejuízos do setor. O evento solidário tem o objetivo de apoiar o mercado editorial do Rio Grande do Sul.
A feira está prevista para ocorrer entre 14 e 16 de junho, das 11h às 20h, com entrada franca, na sede do Instituto Ling, na Rua João Caetano, 440, no bairro Três Figueiras.
Diferentes públicos, profissionais e artistas dispostos a colaborar com o setor literário têm se organizado em prol da ideia, que visa incentivar a comunidade a comprar diretamente de livreiros, editoras, autores e sebos gaúchos atingidos. Durante os três dias, o centro cultural ainda realizará uma série de programações paralelas, que vão desde oficinas a workshops e atividades infantis.