Uma estrutura amarela e recheada de luzinhas coloridas. É difícil passar pela banca da Editora Zouk e não percebê-la na 68ª Feira do Livro de Porto Alegre. Sem medo de chamar atenção, o espaço nem parece um novato no evento. Mas é. Este é o primeiro ano do negócio liderado pelo casal João e Carina Xavier, ambos com 42 anos, na Praça da Alfândega, depois de quase uma década de preparação para isso.
A dupla atuava com vendas de livros em São Paulo — João é de Ijuí e Carina é paulista —, até que acabaram comprando a Editora Zouk, já que o antigo proprietário queria se mudar para o Exterior. A transação foi feita em 2013 e, de lá para cá, eles vieram preparando o terreno para finalmente estrearem na Feira do Livro: reestruturaram a editora, organizaram o catálogo, publicaram mais livros, filiaram-se à Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL) e, agora, em 2022, finalmente ocuparam o espaço. É a única banca a estrear em 2022.
— Eu venho aqui há 20 anos como cliente. E desde que a gente assumiu a editora, sentimos que queríamos estar presentes aqui. A experiência está sendo fantástica, porque a gente é livreiro, trabalhávamos em livraria antes desse processo todo. Então, a gente gosta de vender livro, gosta de atender o cliente. Mas, com a editora, ficamos muito tempo trancados no escritório, trabalhando atrás de computador — destaca João.
Segundo o dono da Editora Zouk, que tem sede em Porto Alegre, a troca com os leitores é algo que lhe dá enorme alegria e também ajuda na divulgação de sua empresa:
— Aqui a gente pode trocar ideias, ver o que as pessoas estão procurando. Como somos uma editora pequena, não temos muito espaço em mídia. Então, a gente faz o nosso livro no boca a boca.
E falando nisso, João destaca que a editora publica livros com foco em humanidades, como teoria política, livros de feminismo, críticas literárias, literatura brasileira, autores estreantes e algumas traduções. Ele destaca que a maior procura é de de mulheres por autoras e, também, de obras que refletem o momento da nação.
— A gente está vendendo muitos livros para entender o Brasil atual. Temos um livro que se chama O Novo Conservadorismo Brasileiro, que hoje, particularmente, vendeu bastante — detalha o dono da Zouk.
João ainda enfatizou que este é o primeiro de muitos anos da editora na Feira do Livro, que traz muitos benefícios para os leitores, como a possibilidade de manusear os livros, ver de perto uma capa bonita que chama atenção e, ainda, confraternizar no evento.
— Depois da pandemia, a gente nota que as pessoas querem ir mais aos locais. As vendas digitais, inclusive, caíram para a gente, enquanto aumentou para as livrarias. As pessoas querem a tradição da Feira do Livro, passear e pegar o seu livro na mão — garante.
A 68ª Feira do Livro de Porto Alegre segue na Praça da Alfândega até o dia 15 de novembro.
