Mais uma vez, J.K. Rowling usou suas redes sociais para fazer comentários considerados transfóbicos. No Twitter, a autora de Harry Potter compartilhou um artigo sobre decisão da polícia escocesa de permitir que "indivíduos com genitais masculinos" suspeitos de estupro possam se registrar como mulheres, caso "se identifiquem como feminino" e mesmo que não tenham feito a retificação de gênero nos documentos.
"Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força. O indivíduo com pênis que estuprou você é uma mulher", comentou J.K. Rowling ao compartilhar o post.
Em reação, diversos seguidores criticaram a escritora. "Ódio por pessoas trans, mas flores para abusadores", comentou um internauta, em referência a um presente que ela enviou a Marilyn Manson em janeiro de 2020. O cantor é alvo de diversas acusações de abuso sexual e tortura contra mulheres.
"Talvez sua resolução de ano novo devesse ser passar um ano sem postar sobre pessoas trans. Há tantos outros assuntos para tuitar. Escolha outra coisa para ficar obcecada", sugeriu outro. "Suas palavras terão um impacto devastador na juventude trans. Você devia se envergonhar", escreveu uma seguidora, que dizia ter J.K. como heroína em sua infância.
Reincidente
Esta não é a primeira vez que J.K. faz publicações consideradas transfóbicas nas redes sociais. Desde 2019, ela dá declarações defendendo que o gênero está atrelado ao sexo biológico, contrariando a concepção da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em junho de 2020, a autora respondeu a um artigo de opinião do site de desenvolvimento global Devex cujo título era "Criando um mundo mais igualitário pós-covid-19 para pessoas que menstruam". "'Pessoas que menstruam'. Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude? Wumben? Wimpund? Woomud? (modificações propositais da palavra 'woman', que significa mulher em inglês)", declarou Rowling.
Em seguida, a escritora destacou sua visão sobre gênero, que não aceita mulheres trans como "verdadeiras mulheres". De acordo com Rowling: "Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem significativamente suas vidas".
A repercussão foi negativa e levou astros da franquia criada por Rowling a publicaram notas em apoio à comunidade trans. Daniel Radcliffe, que viveu Harry Potter, Emma Watson, a Hermione, e Eddie Redmayne, o Newt de Animais Fantásticos, estão entre os que criticaram o posicionamento da autora.