A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) anunciou no sábado (3) que a Livraria Taverna se tornará uma das parceiras comerciais da instituição. O estabelecimento ocupará a loja que fica no térreo da CCMQ, na esquina entre a Rua da Praia e a Travessa dos Cataventos. A abertura da nova sede está prevista para novembro.
Fundada em 2014 e até então localizada na Rua Fernando Machado, no centro de Porto Alegre, a Taverna dedica suas prateleiras a livros de artes, ciências humanas, literatura, poesia e publicações independentes. Além disso, a livraria se estabeleceu como um local de difusão da literatura local, sendo sede de atividades como saraus, lançamentos de livros, palestras, grupos de leitura e pesquisas.
— Estamos bastante felizes. Antes da pandemia já possuímos uma programação literária bem intensa. E a possibilidade de continuar esse trabalho naquele espaço deixa a gente bastante empolgado — atesta Éderson Lopes, sócio da Taverna ao lado de André Günther.
Com a pandemia, a Taverna enfrentou uma crise em que atrasou o aluguel da loja e teve de reduzir a equipe de trabalho. Clientes chegaram a se mobilizar para ajudar a livraria.
— No início da pandemia, ficamos preocupados com o futuro. Não sabíamos o que ia acontecer. Fizemos um post nas redes sociais sobre isso. Uma cliente se disponibilizou a pagar o aluguel, e várias pessoas se prontificaram a ajudar. Gerou uma corrente de solidariedade — lembra Éderson.
Segundo o livreiro, essa rede de amigos e clientes da Taverna se fortaleceu ao longo dos anos por conta do atendimento.
— Se entra uma pessoa na livraria, vamos parar tudo que estamos fazendo para falar com ela. Como somos uma pequena livraria, acreditamos que o mais importante é essa experiência que o cliente vai ter dentro do espaço. Vamos conversar com a pessoa, falar sobre o que está lendo. Sempre é uma troca positiva — relata.
Por meio das vendas onlines, a Taverna conseguiu equilibrar as finanças na pandemia.
— Conseguimos passar todo o faturamento da loja para o site. Se pudéssemos ter realizado os eventos que costumamos fazer, o faturamento teria aumentado — diz Éderson.
Nova sede
Em virtude da pandemia, não será possível realizar uma festa de inauguração da loja. De qualquer maneira, a inauguração da nova sede da Taverna deve ampliar a programação de eventos da CCMQ voltada à literatura e à poesia. Segundo comunicado da instituição, a loja destinará um espaço de destaque para os livros do poeta patrono da Casa, tornando a sua obra mais acessível ao público. A livraria já desenvolvia um trabalho bastante voltado para os lançamentos locais.
— Cansamos de fazer lançamento aqui na livraria de autor estreante, em que veio quatro ou cinco pessoas, vendendo uns três livros. Ficávamos ali, junto do autor, até as 21h. Nem por isso a gente fechou a cara ou tratou alguém mal. Esse empenho todo acaba se revertendo para a gente — explica Éderson.
Para a nova sede, Éderson prevê que a Taverna terá uma programação bem variada. Ele ainda comenta que a livraria deverá ampliar as atividades com o público infantil.
Em nota, a CCMQ destaca que "o projeto de arquitetura da loja, assinado por Daniel Bolson, do escritório Coletivo Par, propõe uma integração com a linguagem do conjunto da Casa de Cultura, valorizando e restaurando características originais do prédio. A instituição acrescenta que "o interior da loja foi pensado como um espaço de estar e leitura, mas também como um ponto de acolhimento e de encontro entre leitores e escritores".