Pais, mães e filhos. Professores e seus alunos em passeio. Basicamente, foi este o público que transitou pela Praça da Alfândega, nesta sexta-feira (1º), nas primeiras horas da 65º edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Embora os estandes da área geral só fossem ser abertos a partir de 12h30min, a ala infantil do evento já funcionava desde as 9h30min.
Mesmo com só os estandes da área infantil abertos durante o turno da manhã, a Feira já recebia os primeiros turistas, como a advogada Scheila Hermes, que viajou mais de 100 quilômetros desde Teutônia com suas duas filhas, Ana Luiza, 11, e Beatriz, cinco. Ela visitava a feira especificadamente para a área infantil. Depois, o plano era esticar o passeio para atividades culturais, quem sabe o Cisne Branco.
— Minhas filhas adoram ler. Sempre incentivei a leitura para as duas. Não é a gente só falar que ler é importante, mas o que fazemos para incentivar isso — atesta Scheila.
Beatriz estava animada procurando livros da escritora Léia Cassol, os quais folheava as páginas delicadamente, como se manuseasse um tesouro.
— A Ana Luiza também já teve sua fase Léia Cassol... — revela a mãe advogada.
— Hoje em dia estou lendo a série Fazendo Meu Filme (de Paula Pimenta), sobre uma garota que tem o sonho de se tornar cineasta — completa Ana Luiza.
Querendo explorar a Feira ao máximo, Scheila convida as filhas no final da entrevista:
— Vamos ver o que tem de contação de história?
Usando tranças e vestida como bailarina, com saia de tule branca, Ana Laura Sotério, sete anos, folheava timidamente um livro de colorir. A reportagem indaga a mãe, Sharon Sotério, se a garota irá para uma aula de balé na sequência.
— Ela não faz balé. Na verdade, ela vai iniciar aulas de jiu-jitsu — explica a mãe porto-alegrense, que segurava o Burro do Shrek da filha.
Sharon conta que, desde cedo, a bailarina lutadora sempre se encantou pela leitura:
— Sempre gostou de ir em livraria, biblioteca e vir aqui na Feira. É um hábito que incentivo muito, algo que veio dos meus pais. Ela gosta muito de O Pequeno Príncipe e Menina bonita do Laço de Fita.
Em outra banca na área infantil, Yuri Vieira comemorava:
— Encontrei o Zé Carioca!!!
O jovem de 12 anos estava acompanhado de seus pais, Etavani e Harrison, e a irmã Ysabelle, nove anos. A família de Gravataí frequenta todo ano a Feira do Livro de Porto Alegre.
— Ele é mais preguiçoso para ler. Gosta só de gibis — descreve a mãe Etavani.
De livro, Yuri cita Diário De Um Zumbi do Minecraft como um de seus favoritos. Do que ele mais gostou na obra?
— Zumbis — responde o jovem, que volta a se dedicar ao garimpo de gibis.
Por outro lado, sua irmã de nove anos se empolga ao falar sobre suas leituras preferidas.
— Gosto de ler os livros que contam histórias reais, sobre ameríndios, sobre a coroa portuguesa, sobre o período colonial. História é a minha matéria favorita! — explica Ysabelle, que também aprecia os livros da Larissa Manoela e da doutrina espírita.
Apesar de toda sua leitura histórica, Ysabelle ambiciona seguir outros caminhos profissionais menos acadêmicos.
— Faço balé, ginástica, dança urbana, jazz e teatro. Quero ser professora de balé. E também modelo — sonha a garota.
Repentinamente, Yuri irrompe de felicidade após ter achado um ouro em seu garimpo:
— Tio Patinhas! Eu amo Tio Patinhas!
Iniciada nesta sexta-feira, a 65ª edição da Feira do Livro ocorrerá até o dia 17 de novembro, na Praça da Alfândega.