Sem boas ou más notícias. Assim terminou a Feira do Livro de Porto Alegre deste ano, conforme avaliação da Câmara Rio-Grandense do Livro, entidade organizadora do maior evento literário a céu aberto da América do Sul. Em 17 dias, foram vendidos 226 mil livros e 1,3 milhão de pessoas circularam pela Praça da Alfândega.
No total, as vendas de livros tiveram um tímido aumento de 1% em relação ao ano passado. A área infantojuvenil foi a responsável por não deixar a feira no vermelho em 2019: enquanto as áreas geral e internacional registraram queda no comércio de exemplares, o setor voltado para crianças e adolescentes teve um impulso de 46% nas compras em 2019.
E não para por aí: a programação infantojuvenil também foi destaque, principalmente com a presença do público escolar, com a participação de 11.235 alunos de 21 municípios diferentes —aumento de 16% se comparado a circulação de estudantes no ano passado.
— Tivemos muitas sessões de autógrafos das escolas particulares, que é um público com um poder aquisitivo melhor. Nos sábados, domingos e feriados, pela manhã, já tinha gente na praça às 8h para os autógrafos. São escolas que produzem livros junto com os alunos o ano todo e apresentam o resultado final na Feira — explicou Sônia Zanchetta, coordenadora da área infantojuvenil do evento.
O balanço foi divulgado em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (18), no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul. Além de Sônia, participaram da coletiva o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Isatir Bottin Filho, o tesoureiro da entidade, Guiomar Beineke, e a coordenadora da área adulta da Feira, Jussara Rodrigues.
As 214 atividades voltadas para os adultos movimentaram 11.027 pessoas durante a Feira do Livro da Capital. Entre os destaques, estão os bate-papos no Teatro Carlos Urbim, estrutura montada na própria Praça da Alfândega e que, em diversos momentos, esteve com lotação máxima, além da presença do escritor Laurentino Gomes no Auditório Barbosa Lessa, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.
— Foi a curiosidade que atraiu o público. Mostramos histórias com todos os lados, sem preconceitos e sem censuras. Tivemos embates produtivos de ideias em um nível maravilhoso. A diversidade e a representatividade foram preocupação o tempo todo na nossa programação — contou Jussara.
Mudanças para 2020
A falta de mais espaços de convivência na Praça da Alfândega foi uma das reclamações dos frequentadores da Feira do Livro deste ano. As pessoas questionaram a ausência de locais de respiro, onde se pudesse sentar, se alimentar e folhear os livros comprados. Como a maior parte dos 296 bancos fixos da praça estão localizados atrás das bancas de livros, o público acaba se sentido deslocado do fervo do evento.
Para 2020, a organização da Feira afirma que tentará pensar em alternativas para ampliar os espaços de lazer e o mobiliário do local. Neste ano, a Feira também não contou com uma praça de alimentação, espalhando pela praça os pontos com venda de alimentos e bebidas.
— Temos uma limitação de espaço, que é a Praça da Alfândega. Não é bem a questão da falta de praça de alimentação, mas sim de espaços de convívio e leitura. É aquela pessoa que quer passar o dia todo na feira e quer um lugar para comer alguma coisa, folhear os livros e curtir ao máximo a praça. Vamos ver o que se pode fazer para melhorar isso — explicaram os organizadores.
As vendas de livros na Feira
Área geral
- 2019: 162.623
- 2018: 178.587
Área internacional
- 2019: 5.686
- 2018: 6.136
Área infanto-juvenil
- 2019: 58.662
- 2018: 40.240
Total
- 2019: 226.971
- 2018: 224.963