Depois de apresentar seu mais recente espetáculo em Tel-Aviv, em outubro, a Cia. Municipal de Dança realiza nova sessão de Brazil Beijo em Porto Alegre nesta terça-feira (13), às 21h, no Teatro Renascença (Av. Erico Veríssimo, 307), com ingressos a R$ 40. Neste mês, o trabalho, que estreou na Capital em outubro, será levado ainda à Alemanha, onde será apresentado nas cidades de Karlsruhe (dia 25) e Regensburg (dias 27 e 28). Existe, ainda, o desejo de uma turnê nacional em 2019.
Em Caverna, o grupo já havia estabelecido uma parceria com um coreógrafo carioca radicado em Bruxelas, Rafael Gomes, mas Brazil Beijo é a primeira coprodução internacional propriamente dita. O trabalho integra o Projeto Brasil/Israel, promovido pela Solo Connection (Alemanha), pelo Suzanne Dellal Centre (Israel) e pela Bönisch Productions (Brasil), que uniram coreógrafos de Israel a companhias brasileiras: Ella Rothschild com a Cia. Eliane Fetzer (PR), Ofir Yudilevitch com o Entre Nós Coletivo de Criação (RN) e Orly Portal com a Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre.
Brazil Beijo parte da música e da dança Gnawa, do Marrocos, uma tradição que remonta à experiência dos escravos africanos. A trilha sonora foi gravada em Israel pela coreógrafa e por colaboradores com recriações da cultura Gnawa e do Sudão, além de duas canções de Elza Soares: Coração do Mar e Solto. Durante o espetáculo, os cinco bailarinos complementam a trilha com sons produzidos ao vivo por seus corpos e pelos krakebs, instrumentos musicais que se assemelham a grandes castanholas de metal.
– Orly já conhecia essa tribo de escravos que buscavam a liberdade por meio da música e da dança, mas fez uma movimentação diferente, colocando seu conhecimento de décadas de experiência. Ela trabalhou nos bailarinos o quadril, pélvis e marcação da música com os pés – explica Paula Amazonas, diretora artística da Cia. Municipal e do espetáculo.
Novo espetáculo estreia dia 15 de dezembro
Paula esteve nas duas sessões no Suzanne Dellal Centre, em Tel-Aviv, em que o grupo gaúcho encerrou a noite, depois das apresentações dos outros dois trabalhos do Projeto Brasil/Israel. Ela conta:
– A repercussão foi estrondosa. As pessoas fizeram questão de aguardar para parabenizar os bailarinos ao final, apesar das barreiras do idioma. A gente via que, durante o espetáculo, elas ficavam em suas poltronas acompanhando o ritmo.
Este é o primeiro trabalho que não aproveita os 12 bailarinos da Cia. Municipal de Dança. Os sete que não participaram estão criando um novo espetáculo com o coreógrafo Gustavo Silva. Com estreia marcada para o dia 15 de dezembro, no Teatro Renascença, será baseado nas danças urbanas, linguagem que Silva tem empregado em sua premiada atuação na New School Dreams. Essa versatilidade de dominar as diferentes áreas da dança é um dos trunfos da Cia. Municipal de Dança, segundo seu diretor-geral, Airton Tomazzoni:
– Primeiro, porque essa escolha é coerente com a nossa cena. A produção da Capital é feita desse hibridismo, então procuramos nos pautar por isso desde o início. Em segundo lugar, percebemos que muitas companhias internacionais têm partido para essa estratégia. Os bailarinos precisam transitar entre linguagens.
Tomazzoni espera para janeiro de 2019 o lançamento de um edital com o objetivo de contratação de uma organização da sociedade civil para administrar a Cia. Municipal de Dança em parceria com a prefeitura. Caberia à organização a gestão dos recursos, a busca de alternativas de financiamento e outras ações visando à perenidade da companhia.
BRAZIL BEIJO
Nesta terça-feira (13), às 21h.
Duração: 45 minutos. Classificação: livre.
Teatro Renascença (Av. Erico Verissimo, 307), em Porto Alegre.
Ingressos:R$40, à venda na bilheteria do teatro uma hora antes do espetáculo.