Pela terceira vez, Edgar Vivar, o Senhor Barriga do seriado Chaves, fará show em Porto Alegre. O ator mexicano subirá ao palco do Teatro da Amrigs (Av. Ipiranga, 5.311), nesta terça-feira, às 21h, para apresentar um novo espetáculo, mais intimista, dividido em duas partes. Na primeira, Vivar relembra piadas e diálogos conhecidos do programa, enquanto no segundo segmento ele conversa com a plateia e conta histórias do seriado. No final do show, são exibidos vídeos exclusivos dos bastidores de Chaves.
Em entrevista por e-mail, Vivar falou sobre o seu trabalho na série e a relação com o criador, Roberto Bolaños.
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É sua terceira apresentação em Porto Alegre. Qual a diferença deste show para os anteriores? O que os fãs podem esperar desta vez?
Porto Alegre foi uma das primeiras cidades que me apresentei no Brasil. Foi incrível, o local estava cheio na primeira vez. O público me recebeu com um carinho enorme (e muitos gritos!). Gostei muito de POA e fiquei muito feliz quando fiquei sabendo que o encerramento da turnê deste ano seria aí. Nas outras vezes eu fui com uma banda, era um show mais musical. Agora, estou fazendo um show mais intimista, com o público mais perto. Tem stand-up comedy, algumas músicas e exibição de cenas de bastidores do Chaves que eu mesmo gravei nos anos 70. Ao final do show também temos um bate-papo com o público. As pessoas da plateia me entrevistam, isso é muito divertido.
Quais foram as impressões que você teve de Porte Alegre e do público gaúcho?
As melhores possíveis. Como eu disse, foi uma das primeiras cidades do Brasil que eu conheci, depois de São Paulo e Belo Horizonte. As pessoas foram me esperar no aeroporto, ganhei muitos abraços, beijos, presentes, o povo gaúcho é incrível. E ah... Porto Alegre me recebeu com muito churrasco também (e isso eu gostei muito!) e também experimentei o chimarrão. Já conhecia o mate argentino e o mate uruguaio, achei bem diferente.
Você vem frequentemente ao Brasil desde 2010. Já conseguiu aprender um pouco de português? Chegou a ter aulas do idioma?
Fiz aulas de português por quatro semanas no México com uma professora pernambucana que vive lá. Estive no Brasil em 2010 e não falava uma palavra em Português, mas o carinho do público me surpreendeu tanto que prometi aprender sua língua e voltar no ano seguinte para o seu país. E foi o que fiz!
Chaves estreou no Brasil há mais de 30 anos. Também é exibido na TV aberta e está disponível na Netflix. Em sua opinião, como um programa gravado nos anos 1970 pode ainda cativar as crianças dos anos 2010?
Roberto Bolaños criou os programas com um roteiro extremamente puro, sem piadas de duplo sentido ou coisas do tipo, mas completamente genial. O humor que está em Chaves e Chapolin é atemporal, você pode se identificar assistindo a qualquer momento e em diversas fases da sua vida. Fico muito feliz quando vejo crianças nos shows. Claro que a maioria do público já é mais "crescidinho", mas saber que ainda temos crianças nos acompanhando é muito legal.
Sr. Barriga aguentava as pancadas que recebia, ajudava o Chaves em vários momentos e tinha uma enorme paciência com a dívida do Seu Madruga, tolerando um atraso no aluguel de 14 meses. Apesar de ser sacaneado por todo mundo, não deixava de ser gentil como próximo. Era o personagem com maior coração da turma? Quais lições você acha que ele deixou?
Claro! O coração do Senhor Barriga era tão grande, mas tão grande, que não cabia no peito, aí desceu para a barriga! Cada personagem deixou uma lição, a dele, em especial, creio que foi ajudar o próximo, fazer as coisas sem esperar algo em troca. Se formos pensar, a única coisa que o Senhor Barriga recebia em troca eram pancadas do Chaves.
No fundo, Sr. Barriga nunca seria capaz de algum dia mandar o Seu Madruga embora da vila?
Nunca, jamais. Onde ele iria morar com a filha? Somente em um episódio o Senhor Barriga decide despejar o Seu Madruga, mas logo se arrepende.
Quais foram as suas inspirações para interpretar também o Nhonho, filho do Senhor Barriga?
Me inspirei no próprio Senhor Barriga. O Nhonho surgiu anos depois, quando o seriado já fazia muito sucesso. Pensei: "Como deveria ser o Senhor Barriga quando criança?". E,bom, assim nasceu o Nhonho! Foi um personagem muito divertido de fazer.
Você visitava Roberto Bolaños nos últimos anos (o comediante morreu em 2014)? Como eram esses encontros?
Não com muita frequência, pois ele vivia em Cancún, e eu moro na Cidade do México, mas estávamos sempre em contato por telefone, e-mail. Estive com ele alguns meses antes do seu falecimento. Olhei pra ele e disse entusiasmado: "Oi, Roberto, nossa,como você está bem!". Ele olhou pra mim e respondeu: "Oi, Edgar, nossa, como você é mentiroso!". Esse era Roberto, sempre genial e espirituoso.
Como você recebeu a notícia da morte de Bolaños?
Com muita tristeza, evidentemente. Roberto era meu amigo, meu pai, meu irmão. Quando perdi o meu pai, eu era ainda muito jovem, e Roberto me disse: "Edgar, tenho mais idade que você. Então, quando você precisar de um conselho paterno, saiba que pode contar comigo".
Em fevereiro, Carlos Villagrán foi anunciado no elenco de um filme de comédia de Danilo Gentilli. Você toparia participar de uma produção brasileira no futuro?
Adoraria! Seria um grande prazer participar de uma produção brasileira.
SERVIÇO
Senhor Barriga, nesta terça-feira, às 21h.
Local: Teatro da Amrigs (Ipiranga, 5.311).
Ingressos: R$ 100, com desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante, estudantes e idosos.
Pontos de venda: lojas Multisom em Porto Alegre (Andradas 1.001, BarraShoppingSul, Bourbon Ipiranga, Iguatemi e Praia de Belas), em São Leopoldo (Bourbon Shopping SL), em Novo Hamburgo (Bourbon Shopping NH), em Canoas (Canoas Shopping), em Cachoeirinha (Shopping do Vale) e em Gravataí (Gravataí Shopping), além do site blueticket.com.br.