Fernanda Torres recebeu o maior prêmio da carreira na madrugada desta segunda-feira (6). Por sua atuação como Eunice Paiva no longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, a atriz carioca de 59 anos se consagrou melhor atriz em filme de drama no Globo de Ouro 2025.
Sob os aplausos efusivos de Tilda Swinton, que concorria na mesma categoria que Fernanda – assim como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Kate Winslet e Pamela Anderson – a brasileira fez um discurso no qual agradeceu à mãe, Fernanda Montenegro, e falou sobre a resiliência da arte mesmo em momentos difíceis.
Agora, a expectativa é pela possível indicação ao Oscar 2025, cuja lista de concorrentes será divulgada no dia 17. Enquanto o Brasil aguarda, relembre momentos marcantes da carreira da artista, que além de atriz também faz sucesso como escritora e roteirista.
Início da carreira
Não tinha como a fruta cair longe do pé. Filha da atriz Fernanda Montenegro e do ator e diretor Fernando Torres, a carioca frequentou desde pequena os ensaios dos pais, esteve em bastidores e assistiu à atuação do casal nos palcos.
Fernanda Torres debutou como atriz aos 13 anos na peça de teatro Um Tango Argentino, de Maria Clara Machado. Naquele momento, a pré-adolescente fazia parte da escola de formação de atores Tablado.
Sua estreia na Rede Globo foi em 1979, quando participou de um episódio da série Aplauso, dirigida por Domingos Oliveira. Em 1981, então aos 15 anos, atuou em sua primeira novela, Baila Comigo, trama escrita por Manoel Carlos na qual interpretou a jovem Fauna Rosa França.
Fernanda também foi convidada para dar vida à protagonista Simone Marques no remake de Selva de Pedra, em 1986, onde fez par romântico com Tony Ramos. A trama era a regravação de uma telenovela de Janete Clair que havia feito sucesso nos anos 1970.
No cinema, Fernanda estreou aos 16 anos no longa de Walter Lima Junior, Inocência. Foi o primeiro de uma carreira frutífera atuando em mais de 20 longas, dentre eles Eu Sei Que Vou te Amar, de Arnaldo Jabor, que rendeu a jovem atriz de apenas 20 anos a Palma de Ouro de melhor atriz no festival de Cannes de 1986. No mesmo ano veio outro reconhecimento, desta vez no festival de Nantes: sagrou-se melhor atriz com o filme de Lui Farias Com Licença, Eu Vou à Luta.
Sua parceria com Walter Salles Jr., diretor do atual sucesso nacional Ainda Estou Aqui, começou em 1996, no longa Terra Estrangeira, codirigido por Daniela Thomas. O drama luso-brasileiro entrou na lista feita em 2016 pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema como um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Brilhando em programas de humor
Ela caiu nas graças do país fazendo rir, principalmente na década de 1990. Dentre seus papéis de comédia, é impossível não lembrar de Vani, par romântico de Rui (Fernando Guimarães) na série Os Normais. O casal caótico e apaixonado - escrito por Alexandre Machado e Fernanda Young - fez tanto sucesso que se expandiu para o cinema, com Os Normais: O Filme, de 2003 e Os Normais 2: A Noite Mais Maluca de Todas, lançado em 2009.
A química incrível de cena que Torres teve com Fernando Guimarães se repetiu com Andrea Beltrão na série Entre Tapas e Beijos, que estreou em 2011. A dupla de melhores amigas e colegas de trabalho se divertia muito com suas desventuras amorosas e perrengues da vida adulta.
Na literatura
Sua estreia no mundo da literatura foi em 2013, com o romance Fim (Companhia das Letras), que vendeu mais de 200 mil exemplares. A obra traz um grupo de amigos cariocas falando de temas como a morte e as frustrações da vida.
Antes, em 2007, Fernanda já se aventurava na escrita como cronista de revistas e jornais, resultando na coletânea Sete Anos (Companhia das Letras), livro lançado em 2014. Em 2017, publicou A Glória e Seu Cortejo de Horrores, também pela mesma editora.
Fernanda também assina roteiros de cinema e de televisão, e adaptou seu livro, Fim, para uma minissérie de 10 capítulos, disponível no Globoplay. Em 2019, foi roteirista de ficção no longa O Juízo (2019), um suspense sobrenatural dirigido por Andrucha Waddington, seu marido.