A atriz Vera Fischer recebeu, na noite desta quarta-feira (14), no 52º Festival de Cinema de Gramado, o Troféu Cidade de Gramado. Trata-se da honraria mais jovem do evento, entregue pela primeira vez em 2012, para a atriz Eva Wilma.
— Eu fico muito feliz, muito honrada. Eu fiquei surpresa. Porque, nos últimos anos, eu não tenho feito cinema. Mas eu quero muito. Me chama, me chama, me chama — disse Vera após receber o prêmio das mãos de Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela organização do Festival de Gramado.
Na entrevista coletiva concedida durante a tarde, no Master Hotel, Vera falou sobre a importância de o Festival de Gramado ser realizado no ano da enchente devastadora que atingiu o RS:
— Fico tão feliz que vocês conseguiram manter esse festival. É um ato de resistência. É bonito ver esse festival acontecendo depois de tudo. O cinema traz um sopro de alegria, de vida, de superação. É um ato de fé que eu aplaudo. Fico muito honrada e muito orgulhosa de receber o prêmio nesse ano tão especial, em que teve tanto sofrimento.
Catarinense de 72 anos, Vera é uma das grandes personalidades da TV, do teatro e do cinema no Brasil. Estreou como atriz no filme Sinal Vermelho: As Fêmeas (1972), de Fauzi Mansur. Depois fez A Super Fêmea (1973) e Anjo Loiro (1973). Por Intimidade (1975), de Perry Salles e Mike Sarne, ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Ela relembrou seus primeiros tempos:
— Tenho muito orgulho de dizer que fiz pornochanchada. Acho que é um clássico fazer parte disso. Nunca me senti estigmatizada por isso. Foi uma lição ter feito isso para entrar nos cinemas mais profundos.
Outros títulos de destaque são Bonitinha, mas Ordinária (1981), Eu te Amo (1981), o polêmico Amor, Estranho Amor (1982), que valeu o Candango de melhor atriz no Festival de Brasília, Doida Demais (1989) e Navalha na Carne (1997). Em Gramado, apareceu na tela do Palácio dos Festivais em Intimidade, Eu te Amo e Doida Demais.
Em 1977, teve seu primeiro papel na teledramaturgia, em Espelho Mágico, da Globo. A partir daí, colecionou personagens marcadas no imaginário popular, como a Luiza da novela Brilhante, a Jocasta de Mandala, a Helena de Laços de Família e a Yvete de O Clone.
No teatro, Vera atuou em grandes produções, como Macbeth, em 1992, Desejo, em 1993, Gata em Teto de Zinco Quente, em 1998, e A Primeira Noite de um Homem, em 2004. Desde 2022, roda o Brasil protagonizando o espetáculo Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito, escrito por Eduardo Bakr e com direção de Tadeu Aguiar.