Morreu na última sexta-feira (11), aos 80 anos, o cineasta, ator e produtor musical Julio Calasso. O falecimento foi confirmado pelos familiares do artista, mas a causa da morte não foi divulgada.
De acordo com uma publicação no perfil do cineasta no Facebook, Calasso precisava passar por uma cirurgia. Sem conseguir realizar a operação no sistema público, ele precisou recorrer à rede privada de saúde. No texto, assinado pelo filho Pedro Calasso, a família pediu ajuda para arcar com os custos remanescentes do tratamento.
"Meu pai partiu e deixou dois pares de sapato, algumas roupas surradas, uma estante cheia de livros e centenas de textos, roteiros, poemas, projetos, vivências, amigos e uma família que fez questão de cultivar de perto. Sempre soube o que realmente era valioso pra ele e a grana em si nunca fez parte dessa lista. Tentamos todos os caminhos pra que ele fizesse a cirurgia pelo sistema público, mas quando a coisa apertou tivemos que recorrer a um hospital particular e aí é que o caldo entorna. A conta é altíssima e precisamos recorrer aos amigos para conseguir saldar essa divida", diz a publicação, que pede por doações.
Diego Calasso, filho do cineasta, também prestou uma homenagem de despedida ao pai em suas redes sociais. "Você partiu mas deixou um legado de como viver a vida, afinal de contas a vida é pra valer e ela só vale a pena se vivemos fazendo o que gostamos e sonhando sem passar por cima de ninguém", escreveu Diego em um trecho da publicação. "Que você esteja tranquilo onde estiver, porque a semente foi plantada e frutos estão aqui germinando novas flores", desejou o filho.
Ao longo de sua trajetória no audiovisual brasileiro, Calasso escreveu e dirigiu Longo Caminho da Morte (1972), um de seus mais importantes trabalhos estrelado por Othon Bastos e Dionísio Azevedo. O cineasta também assina roteiro, direção e produção de Plínio Marcos nas Quebradas do Mundaréu (2015), filme sobre a vida do dramaturgo com nomes como Tônia Carrero, Sergio Mamberti e Emiliano Queiroz.
Calasso trabalhou também em longas como O Bandido da Luz Vermelha (1968), O vampiro da Cinemateca (1977), Filme Demência (1986). Sua última participação no cinema foi em 2017, no filme Fala Sério, Mãe!.