O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, fez duras críticas ao filme Medida Provisória em seu perfil nas redes sociais. Em publicações no Twitter, neste sábado (20), ele disse que Lázaro Ramos, diretor do longa-metragem, "finge combater o racismo enquanto o fomenta".
"O filme faz uma acusação criminosa contra o presidente Jair Bolsonaro e 57 milhões de brasileiros, de todos os tons de pele, que votaram nele. Lázaro Ramos, dessa vez como diretor, finge combater o racismo enquanto o fomenta. Não é isso o que o Brasil quer. Somos um só povo!", escreveu Camargo.
"Sinopse: Medida Provisória manda cidadãos brasileiros pretos 'de volta' para a África, à força. O diretor diz que tudo acontece num 'futuro distópico'. Balela. Sabemos muito bem que, para a esquerda, a tal distopia é o governo Bolsonaro", publicou o presidente da Palmares, em outro tuíte, logo na sequência.
Horas mais tarde, ele disse que não viu e não gostou do filme de Ramos. Em Medida Provisória, que se passa em um futuro não muito distante, todos os brasileiros de "melanina acentuada" são deportados para o continente africano após a aprovação de uma nova lei federal. No elenco, estão nomes como Taís Araújo, Alfred Enoch, Adriana Esteves e Renata Sorrah.
Em nota oficial publicada pelo UOL, Ramos frisa que a trama é baseada no espetáculo teatral Namíbia, Não!, de Aldri Anunciação, realizado em 2011, e que o filme começou a ser concebido já no ano seguinte, em 2012.
"É um filme distópico assim como várias obras realizadas na última década, a exemplo de tantos como Handmaid's Tale e Black Mirror. Qualquer comentário sobre o filme é feito em cima de suposições ou desejo de polêmica, pois ninguém assistiu à obra a não ser quem esteve nos festivais onde o filme foi exibido com extremo sucesso vide as mais de 24 críticas positivas da obra", diz a nota escrita por Ramos.