
Quando se trata de personagens reais no cinema, uma boa caracterização é importante para que o trabalho do ator consiga convencer o público. Recentemente, a divulgação de uma foto de Kristen Stewart como a princesa Diana para o longa Spencer, previsto para estrear no fim deste ano, surpreendeu pela semelhança com a Lady Di da vida real.
Como no caso de Spencer, a escalação de um ator parecido pode ajudar a retratar, na ficção, uma figura conhecida. Em outras produções, o uso de maquiagem, efeitos especiais e próteses faciais podem transformar atores que, quando não estão caracterizados, são bem diferentes do personagem — caso de O Destino de Uma Nação, que traz Gary Oldman no papel de Winston Churchill.
A seguir, GZH relembra algumas das melhores caracterizações de pessoas reais no cinema:
Eddie Redmayne como Stephen Hawking em A Teoria de Tudo

Cinebiografia de Stephen Hawking, A Teoria de Tudo apresenta o início da carreira do físico e seu relacionamento com a primeira esposa, Jane, em meio à evolução de sua doença degenerativa. O papel rendeu a Eddie Redmayne o Oscar de melhor ator em 2015.
Para além da fidelidade da caracterização do personagem, a interpretação de Redmayne impressiona pelo empenho do ator em simular a perda gradual de movimentos de Hawking. Em uma entrevista ao portal Collider, Redmayne contou que frequentou durante meses uma clínica para pessoas com esclerose e chegou a criar uma tabela, categorizada por músculo, com a evolução da doença do cientista ao longo dos anos.
Gary Oldman como Winston Churchill em O Destino de Uma Nação

Quem assiste a O Destino de Uma Nação pode não imaginar que é Gary Oldman quem dá vida ao ex-primeiro-ministro inglês Winston Churchill. A semelhança é resultado de um trabalho do maquiador e artista plástico Kazuhiro Tsuji, que aplicou próteses faciais feitas de borracha de silicone em todo o rosto de Oldman, exceto na testa e nos lábios, para que ele pudesse transmitir as expressões faciais. O ator também ganhou um traje de espuma para aumentar seu peso e modificar sua postura corporal. Sua atuação foi reconhecida com um Oscar de melhor ator em 2018.
Éric Elmosnino como Serge Gainsbourg em Gainsbourg — O Homem que Amava As Mulheres

Para viver Serge Gainsbourg na cinebiografia Gainsbourg — O Homem que Amava As Mulheres, Éric Elmosnino não precisou passar horas sendo maquiado, já que ele e o compositor francês são muito parecidos.
Dirigido por Joann Sfar, o filme conta a história de Gainsbourg desde sua infância na França ocupada por nazistas até seu sucesso. A história é intercalada por momentos surreais que partem da imaginação do compositor, sempre acompanhado por seu alter-ego The Mug, uma animada caricatura dele mesmo.
Nelson Xavier como Chico Xavier em Chico Xavier

A aproximação entre o ator Nelson Xavier e o médium Chico Xavier transcende o sobrenome: a semelhança entre os dois na cinebiografia do espírita foi tanta que Nelson repetiu o papel em outro filme, As Mães de Chico Xavier.
Em diversas ocasiões, Nelson disse que este foi o trabalho mais importante de sua carreira. Para se preparar para o filme, o ator visitou várias vezes a Casa de Memórias e Lembranças de Chico Xavier, em Uberaba (MG), onde conheceu a família e os costumes do médium. Algumas peças do figurino do filme, como boinas, ternos e camisas, são originais do espírita, emprestadas pela instituição.
Charlize Theron como Aileen Wuornos em Monster — Desejo Assassino

Uma das caracterizações mais lembradas do cinema traz a diva Charlize Theron no papel da assassina americana Aileen Wuornos, em Monster — Desejo Assassino. Para o papel que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz em 2004, Theron precisou ganhar cerca de 13 quilos e meio, usar uma prótese dentária e raspar as sobrancelhas. A atriz se preparou lendo cartas escritas por Wuornos e assistindo a documentários com entrevistas à criminosa.
James Franco como James Dean em James Dean

Para além da semelhança da caracterização de James Franco como James Dean, a performance do ator na cinebiografia abraçou os trejeitos que tornaram Dean um símbolo da juventude da década de 1950. Em entrevista ao USA Today, Franco disse que, para conseguir encarnar a rejeição que o xará sofreu do pai, cortou as relações com a família e amigos enquanto gravava a produção. Antes, para se preparar, ele conviveu com antigos amigos de James Dean, aprendeu a tocar violão e chegou a fumar dois maços de cigarro por dia.
Jamie Foxx como Ray Charles em Ray

Até então conhecido por seus papéis de comédia, Jamie Foxx surpreendeu o público ao encarnar o rei do soul Ray Charles no drama Ray, de 2004. Em entrevista para a Folha de S.Paulo, o ator contou que, para se preparar para o papel, perdeu 15 quilos e cortou o cabelo. Durante as filmagens, ele manteve os olhos cobertos com pálpebras postiças, já que Charles era cego. A interpretação rendeu a Foxx o Oscar de melhor ator em 2005.
Julio Andrade como Gonzaguinha em Gonzaga — De Pai pra Filho

Gonzaga — De Pai pra Filho traz o gaúcho Julio Andrade no papel de Gonzaguinha. A interpretação rendeu a Andrade o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de melhor ator, e não foi por menos: a semelhança entre o ator e o músico, morto em 1990, é surpreendente.
Durante a divulgação do longa, o ator contou que interpretar Gonzaguinha foi a realização de um sonho, já que o músico inspirou o início de sua carreira como cantor na noite porto-alegrense, antes de ele se dedicar à atuação. Nos testes para o filme, Andrade chegou caracterizado como o ídolo, o que impressionou o diretor Berna Ceppas e garantiu-lhe o papel.