Depois de ser esnobado por produtores e atores, agora é a vez das editoras não se mostrarem interessadas em publicar o livro de memórias do cineasta americano Woody Allen - afirma o jornal The New York Times.
A publicação cita executivos de quatro grandes editoras, sob a condição de anonimato, que afirmam terem recebido um manuscrito do agente do diretor. Alguns deles disseram, inclusive, que sequer leram o texto.
Consultadas pela AFP, as cinco principais editoras dos Estados Unidos, a HarperCollins, a Hachette, a Macmillan, a Simon & Schuster e a Penguin Random House, não comentaram o fato.
O agente de Woody Allen não respondeu às perguntas da AFP.
Desde que o movimento #MeToo começou, o diretor foi atingido por acusações de abuso sexual por sua filha adotiva Dylan, feita em 1992. Embora os processos tenham sido arquivados na época após duas investigações em separado, Dylan, apoiada por sua mãe adotiva Mia Farrow e por seu irmão Ronan, renovou suas acusações no início de 2018.
Woody Allen sempre negou suas alegações.
Como sua imagem se deteriorou, vários atores e atrizes que trabalharam com Woody Allen se distanciaram publicamente e indicaram que não queriam mais interagir com ele.
No início de fevereiro, ele processou o grupo Amazon por quebra de contrato, culpando a gigante da Internet por encerrar seus acordos de produção.
A Amazon confirmou que rompeu seu compromisso de financiar quatro filmes no total de 68 milhões de dólares, justificando sua decisão pelas "repetidas acusações" contra o diretor e suas "declarações controversas".
O processo está em andamento e poderá ser julgado em 2020.