O filme gaúcho Tinta Bruta foi premiado nesta sexta-feira (23) na mostra paralela do Festival de Berlim, com o Teddy Award – principal premiação cinematográfico com a temática LGBTQI do mundo. Dirigido por Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, que também assinam o roteiro, o drama foi laureado na categoria melhor longa de ficção.
Ao receberem o prêmio, Filipe e Marcio comentaram:
– Dedicamos esse prêmio à população LGBTQI do Brasil. Precisamos cuidar uns dos outros, apoiar uns aos outros, e juntos superarmos esse momento sombrio que vivemos. Nenhum LGBTQI ficará para trás.
Tinta Bruta conta a história de Pedro (Shico Menegat), um jovem que tenta sobreviver em meio a um processo criminal, à partida da irmã e única amiga e aos olhares que recebe sempre que sai na rua. Sob o codinome GarotoNeon, Pedro se apresenta no escuro do seu quarto para milhares de anônimos ao redor do mundo, pela internet. Com o corpo coberto de tinta, ele realiza performances eróticas na frente da webcam. Ao descobrir que outro rapaz (Bruno Fernandes) de sua cidade está copiando sua técnica, Pedro decide ir atrás dele.
Os diretores gaúchos debutaram no Festival de Berlim, em 2015, com Beira-Mar, primeiro longa-metragem da dupla. Na época, o filme foi muito aplaudido e elogiado pelo público do festival.
Com produção da Avante Filmes, coprodução da Besouro Filmes e distribuição da Vitrine Filmes, o longa tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros ainda em 2018.
Brasil em Berlim
Além de Tinta Bruta, teve mais produção brasileira premiada: Bixa Travesty venceu na categoria melhor documentário. Dirigido por Kiko Goifman e Cláudia Priscila, o filme acompanha shows e a intimidade da cantora trans paulistana Linn da Quebrada.
O Brasil também está presente em outro filme laureado nesta sexta em Berlim. Dirigido pela grega Evangelia Kranioti, Obscuro Barroco faturou o prêmio do júri. O documentário propõe uma experimentação visual abordando o universo das transexuais do Rio de Janeiro.