Um caso não resolvido será encerrado quase 40 anos depois no Museu do Louvre, em Paris: duas obras de arte renascentista roubadas na década de 1980 foram devolvidas à instituição parisiense após uma investigação da polícia francesa.
Os dois artefatos do século 16, um capacete e a parte de trás de uma couraça, foram doadas ao museu parisiense em 1922 pela família Rothschild e desapareceram na noite de 31 de maio de 1983, em circunstâncias que nunca foram esclarecidas.
Em meados de janeiro, um especialista em antiguidades militares alertou o Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais sobre suspeitas levantadas por um processo de herança na cidade de Bordeaux, para o qual um relatório havia sido solicitado. Depois de verificar o arquivo da polícia francesa conhecido como Treima, que reúne 100 mil obras de arte roubadas, suas dúvidas foram confirmadas.
A investigação por posse de objeto roubado, que está sendo conduzida pela Procuradoria de Bordeaux, tentará elucidar como as duas obras, incrustadas em ouro e prata feitas na técnica damascena e provavelmente confeccionadas em Milão entre 1560 e 1580, terminaram nas mãos de uma família de Bordeaux. Enquanto isso, o Louvre comemora sua recuperação.
— Tinha certeza de que as veríamos novamente um dia porque são objetos muito particulares — afirmou Philippe Malgouyres, chefe de conservação dos objetos de arte do Louvre.
Segundo Jean-Luc Martinez, presidente-diretor do museu, o último roubo ocorrido no museu mais visitado do mundo data de 1998. Trata-se de um quadro de Camille Corot.