A parceria entre o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro, inaugurada em 2017, deve se estreitar no próximo ano. O museu carioca realizará a exposição Paisagens Brasileiras, que promete ser o destaque da agenda de 2018 da instituição gaúcha, e está organizando uma grande doação da viúva do artista Glauco Rodrigues ao Margs.
O primeiro passo da parceria foi a exposição Caminhos de Rossini Perez, em cartaz até 28 de janeiro no Margs. A mostra traz obras de um nome referencial para a gravura abstrata no Brasil que ainda é pouco conhecido no Rio Grande do Sul. Na esteira da exposição, o MNBA mediou uma doação do próprio artista ao Margs e a outras instituições gaúchas, como o Museu da Gravura Brasileira, em Bagé, Instituto de Artes da UFRGS e Pinacoteca Ruben Berta. Perez doou 43 obras de sua autoria e 16 de outros nomes, um conjunto que representa um investimento de R$ 700 mil.
Vinculado ao Ministério da Cultura e ao Instituto Brasileiro de Museus, o MNBA recebe verbas mensais que estão na casa dos milhões, o que torna a parceria especialmente vantajosa para o Margs, que enfrenta escassez de recursos:
– O MNBA é um museu que tem dinheiro e pode pagar pelas exposições. Eles custearam a do Rossini Perez e vão custear a Paisagens Brasileiras, que vai ocupar toda a pinacoteca (três espaços no primeiro andar) e terá obras de Frans Post, Debret, Pancetti – comemora o diretor Paulo Amaral.
A interlocução de Amaral com o MNBA é antiga e já rendeu uma mostra da artista paulista Djanira, no Margs, em 2006. O museu carioca, por sua vez, receberá em maio mostra com obras de Vasco Prado curada por Amaral. Embora permaneça na diretoria do Margs até o fim de 2018, ele espera deixar parte da programação de 2019 encaminhada, o que incluiria uma exibição de cerca de 50 obras de Glauco Rodrigues – em sua maioria, desenhos que serão doados pela viúva do artista com a mediação do MNBA.
Outra parceria esperada para 2019 é com a Fundação Edson Queiroz, sediada em Fortaleza e dona de um dos mais importantes acervos de arte brasileira do século 20 (um recorte foi visto na Fundação Iberê Camargo, em 2016).
– Tomara que possa vir, porque é uma coleção que tem tudo: Portinari, Frans Post e até Renoir. E eles podem custear a exposição, inclusive – torce o diretor.