Cerca de um mês após a abertura do Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, uma onda de críticas à mostra e ao Santander Cultural, instituição que abrigava a instalação, foi lançada às redes sociais desde o dia 9. Entre as muitas entidades que criticam a exposição está o Movimento Brasil Livre (MBL).
Juntamente com organizações religiosas, o MBL liderou a campanha que pediu o fechamento da mostra, rebaixou a nota de avaliação da página do Santander Cultural no Facebook e, até mesmo, pregou um boicote ao banco. A principal queixa é de que a Queermuseu promove da blasfêmia contra símbolos católicos à pedofilia e zoofilia.
Diante da repercussão negativa, o Santander Cultural decidiu encerrar a mostra, prevista para seguir até 8 de outubro.
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Em entrevista por telefone à ZH, Paula Cassol, coordenadora estadual do MBL no RS, explicou o posicionamento da organização.
— Colocamos a nossa posição nas redes sociais. Não compactuamos com esse tipo de postura e discordamos que dinheiro público esteja envolvido na divulgação de pedofilia ou outras "filias". Não acredito que (a mostra) seja um tipo de arte. Para começar, não entendo que isso seja arte, muito menos que uma criança tenha acesso a esse tipo de coisa — afirmou.
Questionada sobre por que a campanha contra a mostra só foi lançada agora, um mês após sua abertura, Paula respondeu:
— Porque as pessoas começaram a ir na exposição, as fotos começaram a circular (pelas redes sociais) e chegou até nós. Não tomamos conhecimento antes. As pessoas têm falado disso há mais dias. A gente já estava tendo várias discussões.
Entidades que promovem os direitos LGBT discordam do MBL. Os grupos criaram um ato em repúdio à decisão do banco Santander. Marcada para a próxima terça-feira (12), às 15h30min, na Rua 7 de Setembro, onde fica localizado o Santander Cultural, que sedia a mostra, a manifestação reivindica a liberdade de expressão artística e repudia retrocessos políticos que limitam a democracia.