Para se locomover entre as diferentes atrações da segunda edição do Noite dos Museus, o público usufruiu do ônibus Linha Turismo, que oferecia a opção de embarque e desembarque durante toda a noite com o mesmo passe, por R$ 20. Com quatro metros de altura e o segundo andar aberto, o veículo costuma ser utilizado por turistas e passageiros que desejam conhecer melhor a Capital gaúcha.
A reportagem de Zero Hora embarcou no ônibus às 20h35min no Instituto Goethe com a finalidade de chegar ao Planetário da UFRGS – que, pela ordem da linha, seria a parada anterior. A duração prevista da viagem seria de 30 a 40 minutos. No entanto, o trajeto levou o triplo do tempo.
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Partindo do Instituto Goethe em direção à Pinacoteca Ruben Berta e ao Museu Júlio de Castilhos, o ônibus desceu a lomba da Ramiro Barcelos. Os passageiros no segundo andar, aberto, gritaram “uhul” como se estivessem em um parque de diversões, sentindo aquele frio na barriga similar ao de uma descida em um barco viking.
– Para quem nunca andou de montanha-russa, isto aqui está muito bom – definiu Maria Virgilia.
Acompanhada de uma amiga e uma prima, a bióloga de 47 anos estava curtindo a experiência.
– A Noite dos Museus é muito interessante, com atividades bacanas. Deveria acontecer mais vezes. Ainda facilita para as pessoas se deslocarem – ressaltou.
Um obstáculo constante para os passageiros, que, em vez de frio na barriga, provocava calafrios, eram os galhos das árvores. Muitas vezes o usuário baixava a cabeça quando o ônibus passava por baixo de alguma estrutura, com a sensação de que pudesse ser atingido.
Porém, em alguns trechos – na Avenida Ipiranga, principalmente –, galhos adentraram o segundo andar da Linha Turismo, e os passageiros precisaram se agachar. Felizmente, os ramos não eram firmes. Também houve um princípio de chuva, com passageiro abrindo guarda-chuvas, mas que não evoluiu naquela viagem.
No ônibus, os passageiros eram famílias e casais que tiravam selfies em cada ponto ou até transmitiam vídeo ao vivo por alguma rede social. Como a viagem coincidiu com o término do jogo do Inter no Beira-Rio, e o estádio estava no trajeto, houve interação entre colorados.
– Dá-lhe Inter – gritavam dois passageiros.
Também teve quem acrescentasse um tom político em sua manifestação com os colorados:
– Fora Temer!
Mas logo o protesto voltou para a realidade futebolística:
– Fora Zago!
Entretanto, com o trajeto passando pelo Beira-Rio e coincidindo com o horário de jogo do Inter, a Linha Turismo enfrentou fluxo lento no local. A reportagem só chegou ao Planetário às 22h12min. Esse tempo de viagem foi quase o mesmo de espera pelo ônibus para Vivian Quiroga, seu marido Alex e o filho Adam.
– Saímos da Fundação Iberê Camargo e fomos esperar o ônibus às 19h50min. Ele só foi passar às 21h30min. Queríamos ver a Orquestra de Brinquedos, mas perdemos, assim como a possibilidade de ir a outros lugares com esse atraso – queixou-se Vivian no Planetário.
Segundo a assessoria da Linha Turismo, os atrasos ocorreram por questões de trânsito e mobilidade. "O volume de carros no entorno dos locais dos eventos e o movimento no Beira-Rio ficaram muito acima das expectativas. Também tivemos uma alta movimentação de passageiros nos ônibus, o que nos fez ativar uma terceira linha", explicou a assessoria.
Durante toda a viagem, uma música jazz ambiental tocava em looping no ônibus, tornando a viagem um pouco mais desgastante para a mente. Chegando ao Planetário, uma passageira resolveu protestar:
– Desliga essa música, pelo amor de Deus!