O que hoje é tido como essencial – ou básico – um dia foi inovação. Na área da saúde, neste caso, a inovação partiu da Medicor Produtos Hospitalares, empresa criada em Porto Alegre há 30 anos, pioneira no fornecimento de material descartável para hospitais gaúchos, tais como seringas, máscaras, aventais e toucas, além de outros itens usados em procedimentos cirúrgicos.
No dia 19 de agosto de 1993, o engenheiro civil André Cestari e o empresário Roberto Cestari, hoje, respectivamente, com 56 e 54 anos, oficializaram o início da Medicor, cujo objetivo era, por meio dos produtos hospitalares, garantir mais segurança nos procedimentos médicos, reduzindo e até prevenindo as contaminações – em especial as infecções hospitalares – que estendem o tempo de internação e podem levar à morte. Os irmãos visavam se especializar na importação e na distribuição desses produtos, um caminho até então pouco explorado por aqui.
Os dois filhos de Itanuno Roberto Cestari, 82 anos, e Iara de Souza Cestari (1940-2021), ainda inexperientes, mas sonhadores e com muitos desafios pela frente, resolveram estabelecer seu negócio em uma sala de 80 metros quadrados no bairro Jardim Botânico. Por lá, a sede ficou cerca de uma década. Depois disso, visando expandir seu espaço — que acabou ficando pequeno —, a empresa se mudou para a Avenida Sertório, no bairro Sarandi, onde ficou por mais 10 anos, em um depósito de mil metros quadrados. Hoje, sua sede está localizada em um imponente conjunto de 4 mil metros quadrados, no Porto Seco.
Dentre os principais desafios que a Medicor enfrentou, André, um dos fundadores, destaca dois momentos: o início, buscando se firmar no mercado, e a pandemia da covid-19. Ele comenta que, nos primeiros anos da empresa, era difícil negociar com o Exterior, pois tudo era através do famigerado fax, que era trabalhoso e demorado, e também por conta da língua inglesa, que por vezes não era bem compreendida, tanto pelo vendedor quanto pelo comprador:
— Além de buscarmos os produtos fora do país, também tivemos que apresentar os benefícios para as instituições de saúde e autoridades, numa época em que as equipes médicas, em clínicas e outros serviços de saúde, reaproveitavam materiais por aqui, enquanto em muitos países o descarte já era usual e se via claramente a redução do risco de contaminações.
Já na pandemia, um passado recente e ainda vivo na memória de grande parte da população mundial, André considera que foi um período marcante e muito desafiador, mas que, apesar disso, o trabalho foi bem feito graças, principalmente, à boa e duradoura relação com os fabricantes no Exterior. Motivo esse pelo qual o futuro, mesmo indicando que o mercado será cada vez mais disputado, é visto com bons olhos pelos fundadores, pois tende a trazer bons resultados à Medicor, já instituída como referência no que faz.
Atualmente, a empresa importa produtos de três países: China, Paraguai e Malásia. Com isso, de acordo com André, a Medicor consegue atender a demandas de todo o território brasileiro. Dentre suas principais parcerias no RS estão: Hospital Moinhos de Vento, HCPA e Hospital São Lucas da PUCRS.
Colaboração de Leonardo Bender