Eles convivem há quase 30 anos e têm a mesma paixão. Ele, Vitório Gheno, nasceu em Muçum, no Vale do Taquari, em 1923, tem 98 anos e chegou, com os pais, a Porto Alegre, com quatro. Ela, Nádia Raupp Meucci, nasceu na capital gaúcha, em 1957, tem, portanto, 64 anos. Ele é artista plástico e ela, fotógrafa.
Nádia já viajou muito, mas sempre viveu e trabalhou aqui. Gheno já morou em Paris, no Rio de Janeiro, em Buenos Aires e até, por um tempo, em Manaus. A paixão por Porto Alegre fez da cidade o principal tema de interesse do olhar e da objetiva da câmara de Nádia. Ela tem até um livro de fotos inédito e pronto para ser impresso.
Ele sempre teve como alvo de seu sofisticado traço cenas do cotidiano e da paisagem porto-alegrense.
Não pode haver maior demonstração de amor por nossa cidade do que o fato concreto dele, depois de viver em algumas das mais charmosas cidades do mundo, preferir voltar sempre para o seu bairro do coração, o Moinhos de Vento.
O Almanaque Gaúcho escolheu a dupla de artistas para simbolizar o carinho e o afeto que tanta gente nutre por esse pedaço de chão à beira do Guaíba.
As imagens que ilustram esta coluna são de um dos mais tradicionais pontos da Capital: o Largo dos Medeiros.
Ela fotografou o Edifício do Relógio, prédio Chaves Barcellos, construído em 1948, com projeto de Karl Lothar Jaschke (1911-1990), localizado na Rua dos Andradas, 1155, esquina com Rua General Câmara, ou Rua da Praia com Rua da Ladeira, para os íntimos.
Ele pintou o Cine Central, a confeitaria, a carrocinha de sorvete Neves do Sul e frequentadores, como a jornaleira Maria Chorona, entre outros. Viva Porto Alegre! 250 anos!