Até o início dos anos 1940, a extremidade sul da Avenida Borges de Medeiros, na Capital, tinha seu final nas paredes, portas e janelas do antigo casario da Rua Coronel Genuíno, com suas moradias típicas da Cidade Baixa. A Rua Coronel Genuíno (homenagem ao militar que tombou, em 1874, no confronto com os Mucker) foi, durante muito tempo, conhecida como Rua da Figueira. O cronista Felicíssimo de Azevedo escreveu que, cronologicamente, das antigas ruas da Cidade Baixa, a Rua Coronel Fernando Machado (Rua do Arvoredo) seria a avó, a Rua Demétrio Ribeiro (Rua da Varzinha) seria a filha e a Coronel Genuíno seria a neta.
A Coronel Genuíno nasceu com a frustrada vocação para ser uma travessa da Rua Alegre (ou São José), que era o nome do seguimento da Rua Duque de Caxias (Rua da Igreja), ali por onde se acha o Colégio Sévigné. Ela deveria descer em direção ao centro da cidade. Conflitos nunca solucionados entre proprietários e prefeitura fizeram com que o início da Coronel Genuíno ficasse naquele trecho estreito, ladeirento e sem saída, que sobe da Praça Marquesa de Sévigné, à direita, no encontro das ruas General Lima e Silva e Coronel Fernando Machado.
A Rua Coronel Genuíno, que antes fora um dos acessos ao riacho e à Ponte de Pedra, sofreria, primeiro, quando perdeu essa função em razão da canalização do riacho, que tornou inútil (ou apenas ornamental) a histórica Ponte de Pedra. Depois, entre 1938 e 1939, perdeu um quarteirão inteiro de casas com a criação da Praça Daltro Filho, em frente ao Cine Capitólio. Finalmente, essa pobre via, onde, no passado, destacava-se o Cine Marabá, foi seccionada brutalmente para permitir o prolongamento da Avenida Borges de Medeiros até que esta pudesse se encontrar com a Praia de Belas. Mais alguns anos se passaram e a Avenida Borges seguiria seu curso, sendo estendida, sobre o aterro, até a Avenida Padre Cacique, no bairro do Menino Deus.
Fonte: livro “Porto Alegre: Guia Histórico”, de Sérgio da Costa Franco