Do jeito bem gaúcho

As comparações estão sempre presentes no linguajar do gaúcho, principalmente quando envolvem a forma superlativa "mais que", ou "maior que". Muito já se escreveu sobre isso. 

Uma das obras mais recentes é Rodeio de Adágios – Fraseologia Gauchesca (Edigal/2014), em que o livreiro Ivo Alberto Almansa reuniu algumas centenas de frases do jeito típico do nosso homem do campo de falar. 

Aqui vai uma amostra:

– Mais amargo que o primeiro mate.

– Mais antigo que rótulo de Maizena.

– Mais apavorado que gato ensacado.

– Mais antigo que namoro com prima.

– Mais branco que lenço de freira.

– Mais conhecido que teto de barbearia.

– Mais demorado que chimarrão em casa de viúva.

– Mais dobrado que crista de peru.

– Mais estranho que cebola em salada de frutas.

– Mais engraxado que telefone de açougueiro.

– Mais escondido que orelha de freira.

– Mais firme que prego em polenta.

– Mais gasto que fundilho de tropeiro.

– Mais ligado que rádio de preso.

– Mais marcado que parede de ferraria.

– Mais por fora que cotovelo de caminhoneiro.

– Mais preto que chaleira de galpão.

– Mais quente que frigideira sem cabo.