No início da década de 1960, quando a principal estrada de acesso a Caxias do Sul, Gramado e Canela era a BR-116, um ponto turístico no caminho se destacava: o Paradouro de Morro Reuter. Escala quase obrigatória para quem subia (ou descia) a Serra, o local também fazia parte da programação de fim de semana de inúmeras famílias da Capital ou arredores, que se deslocavam até lá para desfrutar o passeio e, mais que tudo, mergulhar no pantagruélico café colonial que era ali servido.
Paradouro e comida farta foram sinônimos. Certamente, esse lugar ajudou a consolidar a tradição de se fazer uma viagem curta só para aproveitar a comilança que a região colonial oferece. A novidade é que o ponto deve voltar à ativa, talvez ainda neste ano. A prefeita de Morro Reuter, Carla Chamorro, avalia que reativar o espaço do Paradouro causará importante impacto no turismo local e aposta que quem investir terá grande retorno. Para isso, foi providenciada uma licitação para que alguém assuma o prédio, onde seria possível funcionar um hostel ou pousada, e um restaurante ou café.
Leia mais
Em 1918, poeta francês veio cobrar dívidas no Rio Grande do Sul
Um point dos anos 1960
Daer completa 80 anos de estrada
Além de terreno amplo com 9.682 metros quadrados, o Paradouro conta com uma construção de 658,12 metros quadrados. Construído no final da década de 1950, quando Leonel Brizola era governador do Estado, nos primeiros anos foi ponto de encontro de correligionários de Brizola e abrigou muitas recepções oferecidas por ele, reunindo algumas das mais importantes autoridades gaúchas da época.
Em 1961, o governo do Estado assinou cessão de uso para a prefeitura de Dois Irmãos (à qual pertencia Morro Reuter), que pôde explorar o espaço como restaurante e hotel, sendo que por três décadas o local foi administrado por ecônomos.
Em 1997, Morro Reuter, emancipada, obteve a escrituração pública de posse e passou a ser a responsável pelo Paradouro, que pode, agora, voltar a ser referência turística.