Recebemos, recentemente, uma mensagem enviada pelo engenheiro da indústria aeronáutica César Basler, em nome de um grupo de outras nove pessoas, com uma informação aparentemente singela, mas que encerra uma gratidão e reconhecimento dignos de serem compartilhados. Neste momento de profunda crise, inclusive na educação, quando os mestres enfrentam, além da baixa remuneração, o desrespeito de muitos alunos dentro das salas de aula, o gesto desses ex-estudantes identifica um comportamento infelizmente anacrônico e assume o valor de um "achado arqueológico", que faço questão de divulgar na nossa página, onde o passado tem vez. Além de César, o e-mail veio assinado por: Claudia Basler Kipper (comerciante), Cezar Etiene Araujo (arquiteto e professor), Laura Emilia Dias Neves (advogada e professora), Marlene Matos (cuidadora), Roberto Radke (engenheiro), Rosemari Hoff Kerber (advogada), Virgínia Heidrich (professora), Elisabet Maria Boito da Silva (empresária) e seu esposo, Juarez Lima da Silva, anfitrião do grupo todo.
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O texto: "Gostaria de registrar nossa felicidade em comemorar mais de 50 anos de início de nossa idade escolar, na Escola Normal Primeiro de Maio, escola pública do bairro Navegantes (Avenida Presidente Franklin Roosevelt, 149). Mais do que comemorar o início, em 1964, comemoramos a amizade, até hoje, entre nós, alunos, com a nossa professora, senhora Alda Gschwenter, que atualmente está com 87 anos. Ela sempre foi para nós um ídolo, uma mestra incondicional, responsável, sem dúvida, por nossos melhores valores e formação inicial. Além de ser nossa exímia alfabetizadora, era, também, professora de religião. Neste mês, a convidamos para participar de um jantar conosco. No primeiro momento, ela vacilou e questionou sua capacidade física em aceitar o convite, dizendo que já não saía à noite há mais de 10 anos. Mas, logo depois, apesar do frio, ela aceitou. No churrasco preparado por nosso amigo Juarez, marido da Elisabet, a professora Alda era a pessoa mais feliz do mundo. Apesar da fragilidade física da idade e de não poder participar da comilança dos acepipes servidos, estava radiante e feliz pelo convite e, lúcida, relembrou nossas histórias que nem lembrávamos mais. Ela nos disse que poderíamos convidá-la sempre e que daqui para a frente não ficaria mais em casa... É bom lembrar que esta era e ainda é uma escola pública. Nossas salas eram parte de um pavilhão de madeira, muito modesto, num padrão construído ainda pelo ex-governador Brizola, atrás do prédio principal, de alvenaria, que se vê na foto. Era o mesmo modelo pintado de verde na maioria dos casos. Eram simples e funcionais. Tínhamos a possibilidade de almoçar na escola, e era ótimo. Toda esta história é muito bonita e ímpar para nós todos, alunos e amigos há tantos anos da nossa primeira professora, mas é, também, um exemplo para as outras gerações, que devem sempre ser gratas aos professores, a sua dedicação e esforço às crianças e aos adolescentes. Conversamos sobre nossos outros mestres nesta época, incluindo a professora Sheila Baron (que encontrei recentemente em um evento cultural), à qual prestamos nossa homenagem aqui nesta singela mensagem. Muito grato, um forte abraço".