Iniciava-se o ano de 1969 quando Antônio Carlos Blaskoski, profissional em artes gráficas, pensou em trazer de volta o jornal O Guaíba, que ele mesmo, junto com Ottomar Elwanger, fundara em 1964, mas que não prosperou por circunstâncias políticas vigentes na época. Essa segunda iniciativa contou com o apoio do então prefeito de Guaíba, João Salvador Jardim, que tinha como um dos objetivos apaziguar os exaltados ânimos gerados pelo regime militar e contemplar o comércio local, que desejava uma cidade mais pujante. Blaskoski contou ainda com o apoio de sua mulher, Carmem, jornalista pela PUCRS, da colega dela Bernardete de Souza e de amigos que escreviam textos que ele montava manualmente, tipo a tipo.
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As fotos do semanário eram em clichês (gravadas em metal e fixadas em base de madeira). Com intuito de contar a história do povo guaibense, no dia 1º de maio de 1969, circulava a primeira edição que ressuscitava O Guaíba. Ligado na notícia, aos poucos Blaskoski modernizou graficamente o jornal, comprou uma máquina composer usada e fazia os “fotolitos”, que eram enviados à cidade de Estrela, onde era feita a “chapa” que voltava a Guaíba, onde o empresário já tinha adquirido uma impressora automática. Todas as semanas, a circulação estava garantida. Hoje, impresso por terceiros, O Guaíba se orgulha de nesses 48 anos ter cumprido a missão de levar informação semanalmente à sua comunidade, sem falhar uma só vez.
Blaskoski morreu em 2013, mas deixou seu legado à esposa, Carmem, e às filhas, Cecília (jornalista, editora e diretora) e Amanda (designer e diretora administrativa), que contaram com a colaboração dos maridos, Romualdo Furtado (in memoriam) e Oscar de Freitas.
A tarefa de contar a história da cidade continua.
Colaborou Pedro Molnar