É possível ser jovial aos 84 anos? E aos 92? É possível fazer uma sociedade empresarial e, 50 anos depois, continuar amigo do parceiro? Arno Nelson Tesche, que nasceu em Santa Cruz do Sul, em 1924, e Plínio Antônio Dallegrave, porto-alegrense desde 1932, estão aí para provar que, sim, é possível responder a essas perguntas afirmativamente. Talvez eles sejam pessoas especiais e certamente são. Nas primeiras décadas do século passado, Martin, pai de Plínio, associou-se ao irmão Joaquim para montar uma engarrafadora de vinhos, álcool e outras bebidas. Foi nessa firma que Tesche, com 15 anos, começou a trabalhar ao chegar à Capital. Lá pelos 17 anos, Plínio também iniciou profissionalmente na empresa que seu pai e seu tio fundaram. Apesar dos oito anos de diferença na idade, tornaram-se amigos. Ambos gostavam de esportes. Plínio jogava basquete, vôlei e tênis na Sociedade Navegantes São João. Tesche praticava remo no GPA (Clube de Regatas Guaíba Porto-Alegre) e também tornou-se atleta da Navegantes São João. Por mais de 20 anos, fez sucesso na ginástica, na modalidade cavalo, argolas, entre outras. Competiu em Chicago, Lisboa, Montevidéu e Buenos Aires. Foi tricampeão brasileiro e duas vezes vice. Competiu nos primeiros Jogos Pan-Americanos, em 1951. Entre os seis irmãos, Plínio foi quem se propôs a suceder o pai nos negócios e, para isso, precisava de alguém para ajudá-lo e com quem compartilhar as novas responsabilidades. A escolha recaiu sobre Tesche, que àquela altura já tinha se casado com Almerinda, prima de Plínio, filha de Joaquim, seu tio e sócio de seu pai. Em 1963, eles consultaram a Cooperativa Vinícola Aurora para a qual engarrafavam vinhos sobre a possibilidade de registrar uma marca de cachaça.
Cachaça
Sócios da Dallegrave e Tesche mantêm amizade há mais de 50 anos
Mesmo aposentados, Plínio Dallegrave e Arno Tesche se reúnem uma vez por semana
Ricardo Chaves
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