Havia uma mágica única nas primeiras temporadas de Grey’s Anatomy, principalmente graças ao entrosamento do quinteto de protagonistas: Meredith, Alex, George, Izzie e Cristina – ou M.A.G.I.C., como o grupo ficou conhecido entre os fãs.
As primeiras temporadas acompanharam passo a passo da evolução dos médicos, de internos, que não sabiam o que estavam fazendo, a impressionantes cirurgiões que chegaram ao topo de suas especialidades. Acompanhou também os dramas pessoais da vida de cada um deles, da mãe com Alzheimer de Meredith aos bobos irmãos de George, passando pelos romances inapropriados de Cristina (com seus professores) e Izzie e Alex (com seus pacientes).
A ligação do público com cada um desses personagens explica parte do sucesso e longevidade do drama médico, mas também transformou a saída de um a um deles, ao longo das últimas décadas, em pequenas crises que, à época dos anúncios, pareciam ameaçar a sobrevivência do show. Seria possível Grey’s Anatomy continuar após a saída de Cristina Yang (Sandra Oh)? E de Alex Karev (Justin Chambers)?
Foi possível. Ainda assim, quando foi anunciado que a 19ª temporada da série marcará a despedida da própria Meredith Grey (Ellen Pompeo) como parte do elenco regular da série, não faltaram espectadores céticos sobre as chances da obra desta vez. O que seria de Grey’s sem Grey?
A resposta chegou antes mesmo da despedida oficial de Ellen, no episódio inaugural da 19ª temporada – que estreia nesta noite no Brasil, a partir das 21h, no canal por assinatura Sony. Tal como os pacientes em estado grave na sala de operações da série, a saída dos roteiristas foi injetar sangue novo na produção para burlar sua morte. No caso, a adição é de cinco novos internos, quase tão caóticos quanto o quinteto original.
Diferente de outras turmas de “novatos” adicionadas sem muita atenção ao grande elenco de Grey’s, o novo grupo de internos ganha bastante tempo de tela ao longo da nova fase. Há o esperto Benson Kwan (Harry Shum Jr.), que parece tão calculista quanto Cristina um dia foi; Jules Millin (Adelaide Kane), que, como Meredith, acabou se envolvendo com um dos médicos antes mesmo de começar seu treinamento; Simone Griffin (Alexis Floyd), que, também como Meredith, sofre pelo diagnóstico de Alzheimer de um parente próximo; o desajeitado e desatento Lucas Adams (Niko Terho), ninguém menos que o sobrinho favorito de Derek Shepard (Patrick Dempsey); e Mika Yasuda (Midori Francis), cuja insensibilidade só é páreo para aquela vista em Alex nos primeiros anos da série de Shonda Rhimes.
Eles, no entanto, não são os “melhores candidatos do país” (como era o caso do grupo de Meredith), mas uma turma de rejeitados por outros programas de treinamento, em busca de uma segunda chance.
O novo perfil é resultado dos dramas vistos no final da 18ª temporada, quando o hospital escola Grey Sloan Memorial viu seu programa de residência ser fechado devido a graves erros na condução dos estudantes. “Eles podem não ter tirado apenas notas 10, mas eles têm histórias, têm coração, têm empatia”, destaca o dr. Webber (James Pickens Jr.), um dos poucos veteranos que segue central na trama. É uma mudança bem-vinda para a série, que exauriu termos como “cirurgião de renome mundial” nos últimos anos.
É assim que mais uma vez é possível acompanhar jovens correndo pelos corredores do hospital, fazendo de tudo para entrar no centro cirúrgico, reclamando em macas nos túneis do local e entrando em pânico quando é sua vez de salvar uma vida. Mesmo sem nenhum dos M.A.G.I.C. em cena, é nesses momentos que Grey’s volta a parecer o show que estreou em março de 2005.
Os veteranos, é claro, não apenas sumiram de cena. A vida de Meredith segue cheia de drama, seja pelo romance interrompido com Nick (Scott Speedman), seja por um novo drama com sua filha, Zola (Aniela Gumbs), assim como a dos outros cirurgiões de Grey Sloan. Mas eles já não parecem o centro das atenções. É como se ao receber o tal sangue novo, Grey’s Anatomy também tivesse ganhado um novo coração.
Confira outros destaques para esta terça-feira
Teatro italiano no Porto Verão Alegre
Há mais de 25 anos morando na Itália, o artista brasileiro André Casaca traz para Porto Alegre a peça Tranquilli!!!. Parte da programação do Porto Verão Alegre, a montagem terá sessões nesta terça (17) e na quarta (18), às 20h, no Teatro CHC Santa Casa (Av. Independência, 75).
Dirigida e interpretada por Casaca, a peça narra a busca obsessiva de um personagem por momentos de tranquilidade. Intercalando cenas românticas e poéticas, o espetáculo faz do humor sua principal linguagem.
Os ingressos para as sessões estão à venda por R$ 40 e podem ser adquiridos pelo link gzh.rs/porto_verao. No mesmo site, é possível conferir a agenda completa do festival, que conta com uma vasta programação que segue até 12/2.
Formação com Sergius Gonzaga
Ao longo de três encontros, Sergius Gonzaga irá ministrar uma formação onde analisará a obra de Mario Vargas Llosa. Com início nesta noite, a partir das 19h, o curso parte de três livros do escritor peruano para observar seus diferentes estilos.
A formação ocorrerá no Instituto Ling (Rua João Caetano, 440). Em cada aula, um livro diferente estará em foco. Nesta terça (17), a obra em análise será A Cidade e os Cachorros. Nos próximos encontros, que ocorrerão nos dias 24 e 31 de janeiro, serão estudados os livros Pantaleão e as Visitadoras e O Paraíso na Outra Esquina, respectivamente.
O ingresso para a formação custa R$ 258 em eventbrite.com.br.
Nova mostra no São Pedro
O artista Rogério Fernandes entra em cartaz na Sala de Exposição do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n°) a partir desta noite. Com Mar da Galileia, o fotógrafo apresenta retratos que mostram o cotidiano de pescadores durante seus trabalhos. A exposição pode ser visitada gratuitamente de terça a sábado, das 18h às 21h, e domingo, das 16h às 18h.