O governo do Estado de São Paulo entregou nesta sexta-feira (14) novo lote de 1,1 milhão de doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde, totalizando a entrega de 47,2 milhões de doses da vacina disponibilizadas à pasta. Como havia informado o governador João Doria (PSDB), com esta entrega, o governo paulista zera o estoque de insumos disponíveis no Instituto, e suspende completamente a produção da vacina contra a covid-19 por falta de matéria-prima.
Doria voltou a ressaltar que o atraso no recebimento dos insumos é devido a "entraves diplomáticos" causados pelas declarações "desastrosas" feitas pelo governo federal contra a China. Segundo o governador, os 10 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) que o país espera receber do governo chinês seriam suficientes para produção de mais 18 milhões de doses da CoronaVac.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com a suspensão da produção de vacinas, a programação de entregas dos imunizantes ao Ministério da Saúde sofrerá um atraso em maio, que poderá ser recuperado em junho, a depender da liberação dos insumos.
Covas também afirmou que conversou com autoridades chinesas que declararam que ainda não houve a liberação do IFA, mas que, com a notícia de que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) receberá um novo lote da matéria-prima no dia 22 de maio, ele espera receber uma boa notícia com relação ao tema nos próximos dias.
Apelo
Doria também fez um apelo às autoridades chinesas para a liberação do IFA, afirmando que "os brasileiros não pensam como o presidente da República do Brasil". A fala foi reforçada pela coordenadora-geral do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, que disse ser necessário que o governo brasileiro "de fato, tome uma atitude" para destravar a liberação dos insumos.