O Rio Grande do Sul registra, na tarde desta segunda-feira (5), mais de 3,3 mil pacientes com confirmação de covid-19 internados em leitos clínicos. Em comparação com o pico da curva, há mais de três semanas, a redução é de 38%.
Apesar de consistente, a redução não ocorre na mesma velocidade com que, semanas atrás, houve a alta. No mesmo intervalo de tempo, quando a curva apontava para cima, a subida foi de 314% no total de pacientes nesses leitos de baixa e média complexidade.
Em 16 de fevereiro, havia 1,3 mil pessoas com covid-19 em leitos clínicos. Passados 24 dias de alta, o Estado chegou ao pico, com 5,4 mil pacientes preenchendo essas vagas.
Passados mais 24 dias, agora em queda, o número chegou aos 3,3 mil. Em outras palavras, os hospitais lotaram rapidamente, mas esvaziam em ritmo mais lento.
A queda no total de internados nesses leitos reflete outra redução, a de novas pessoas contaminadas, dia a dia, pelo coronavírus. O número de novos casos da doença vem baixando desde o início de março.
A melhora nesses dois indicadores começou a aparecer após o governo do Estado adotar medidas mais duras para restringir a circulação do vírus, com aplicação da bandeira preta do sistema de distanciamento controlado, suspensão temporária das flexibilizações municipais e proibição de atividades noturnas.
UTIs seguem superlotadas
A melhora, contudo, não foi suficiente, ainda, para esvaziar as unidades de terapia intensiva (UTIs). O sistema de UTIs, assim, segue com 2,3 mil pacientes com covid-19 nesses leitos.
Esse indicador oscila entre 2,3 mil e 2,6 mil há cerca de um mês, sem queda consistente. Epidemiologistas ouvidos por GZH ao longo da pandemia explicam que os números envolvendo internações em UTIs e óbitos são os últimos a refletir qualquer mudança de cenário.
O esgotamento se reflete também nos dados regionais. Nesta segunda, das 21 regiões do Estado, 10 têm ocupação de leitos de UTI privados ou públicos acima de 100%. São as zonas de Palmeira das Missões, Passo Fundo, Caxias do Sul, Lajeado, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul e Uruguaiana.
Quando a ocupação desses leitos passa de 100%, significa que há mais pacientes internados em situação grave do que o total de vagas de UTI oficialmente abertas. Na prática, quer dizer que há algum grau de improvisação no atendimento.