O painel de monitoramento do governo do Estado mostrou que, na noite desta sexta-feira (26), três regiões do Rio Grande do Sul tinham mais de 100% de ocupação das suas unidades de terapia intensiva (UTIs). O esgotamento ocorre nas regiões de Lajeado, Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul, e significa que há mais pacientes sendo tratados em UTIs do que os leitos originalmente previstos, gerando algum grau de improvisação no atendimento. A região de Caxias do Sul também chegou a ficar com 100% dos leitos ocupados durante a tarde, mas a taxa reduziu para 95,3% às 22h30min desta sexta-feira (26).
Na região de Lajeado, por exemplo, que reúne 37 municípios, a ocupação de leitos de UTI passou de 126%, conforme o governo do Estado. É a pior situação entre as 21 regiões definidas pelo Piratini, no quesito superlotação de UTIs.
Conforme o painel de monitoramento do Hospital Bruno Born, em Lajeado, o cenário é de alerta máximo, com atendimento em “fase de calamidade”. Conforme o hospital, nesse modo de atendimento “os pacientes não são mais tratados em ambiente de UTI” e “pacientes passarão a ser atendidos na Sala de Recuperação do Bloco Cirúrgico e o suporte ventilatório será por meio de carro de anestesia”.
Para o enfrentamento da pandemia, o Rio Grande do Sul foi dividido pelo governo do Estado em 21 regiões covid. São áreas que compartilham um mesmo sistema de saúde e proximidade geográfica. O painel estadual de monitoramento de hospitais é público e pode ser acessado neste link.
Estado registra recordes na pandemia
Esta sexta-feira foi de atingimento de recordes na pandemia no Rio Grande do Sul. No fim da tarde, havia 1.429 pessoas com covid-19 internadas em UTIs adulto. É o maior número desde que a doença chegou ao Estado. A curva de pacientes internados em UTIs devido ao coronavírus cresce ininterruptamente no RS desde 7 de fevereiro.
A título de comparação, há uma semana, eram 1.035 pacientes nessa situação. E há um mês, em 26 de janeiro, eram 720.
Também piorou a taxa de recuperação das pessoas internadas em UTIs no Rio Grande do Sul. Em fevereiro, ela estava em 25%. Isso quer dizer que, estatisticamente, a cada quatro pessoas contaminadas que precisam de internação em UTI, três delas não vão sobreviver, conforme os registros da Secretaria Estadual da Saúde.
O Rio Grande do Sul ainda atingiu, no fim da tarde desta sexta-feira, o maior percentual de ocupação de UTIs desde o início da pandemia. Às 17h30min, 94,7% dos 2.734 leitos públicos e privados de UTI estavam sendo utilizados.
Também há recorde batido nesta sexta-feira quando a análise inclui os leitos clínicos, que são de baixa e média complexidade. O total de pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 em todos os tipos de leitos hospitalares atingiu, no fim da tarde, 5.233.
Esse número mais do que dobrou em um mês. Em 26 de janeiro, eram de 2.310 pessoas internadas por suspeita ou confirmação de covid-19 em todos os tipos de leitos do Estado.