O mapa preliminar do Rio Grande do Sul apresenta aumento de regiões em bandeira vermelha nesta rodada do modelo do distanciamento controlado. São 19 das 21 regiões covid classificadas nessa cor.
Assim, 95,8% da população gaúcha está sob alto risco de contaminação por coronavírus e, principalmente, esgotamento de leitos, conforme o Executivo. Apenas duas regiões — Ijuí e Santa Rosa — ficaram na bandeira laranja, de risco médio.
O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (8) pelo governo do Estado. A classificação definitiva será divulgada na segunda-feira (11) e valerá a partir da terça-feira (12) até a outra segunda (18).
Estão na cor vermelha as regiões de Cruz Alta, Guaíba, Erechim, Novo Hamburgo, Santa Maria, Taquara, Uruguaiana, Cachoeira do Sul, Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Bagé, Lajeado, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Pelotas e Santo Ângelo.
No mapa vigente nesta semana, a região de Bagé está em bandeira preta, que indica risco altíssimo para o coronavírus. Há ainda 13 regiões na cor vermelha e sete na cor laranja.
Todas as 21 regiões receberam bandeira preta no número de leitos de UTI livres
Entre os indicadores levados em consideração na classificação de risco preliminar, o que mais chama a atenção do governo é o número de leitos de UTI livres em relação aos ocupados por pacientes com covid-19: todas as 21 regiões receberam bandeira preta neste indicador. O dado demonstra que a tendência já observada desde o mês de novembro, de elevada quantidade de pacientes internados, se manteve neste início de ano.
"Não só a capacidade de atendimento do sistema de saúde preocupa o governo do Estado, o avanço no contágio do coronavírus também", afirma o Executivo em material divulgado.
No entanto, apesar de os registros de hospitalizações por confirmados para covid-19 ter aumentado de 794 para 1.567, registrando uma alta de 97%, o Comitê de Dados "observa que uma hipótese para esse crescimento seria um atraso dos registros das duas semanas anteriores causado pelos feriados de Natal e Ano-Novo, o que culminou no salto de registros de hospitalizações em quase todas as regiões na semana vigente".
"Esses movimentos se verificam em períodos de feriados prolongados, especialmente nas festas de final de ano, como também ocorreu nos demais Estados brasileiros."
As associações regionais e os municípios que não concordarem com a classificação preliminar podem enviar pedido de reconsideração ao Estado. Caso a classificação prévia seja mantida, as 17 regiões em bandeira vermelha que aderiram ao sistema de cogestão regional podem adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira laranja. Guaíba e Uruguaiana estão em vermelho e não aderiram à cogestão, portanto, devem seguir os protocolos determinados pelo Estado. As regiões de Ijuí e Santa Rosa, classificadas em laranja, que estão na cogestão, podem utilizar protocolos de bandeira amarela, se estiver previsto no plano de cogestão.
Secretária de Saúde pede que população redobre cuidados
De acordo com a titular da pasta da Saúde no Estado, Arita Bergmann, o fato de a grande maioria das regiões ter ficado com a bandeira final vermelha representa um sinal de alerta para a população redobrar os cuidados, e afirma que as festas de fim de ano ainda não tiveram impacto nos dados do mapa desta semana.
— Ainda não temos como aferir o impacto no crescimento da transmissão do vírus como resultado do período de final de ano, Natal e Ano-Novo. Então, o fato de não ter bandeira preta não significa que possamos, neste momento, deixarmos de estar vigilantes em relação ao contágio. É fundamental evitarmos aglomerações, fazer o uso da máscara e lavar bem as mãos, porque a situação é crítica, como mostra a classificação preliminar — disse Arita.
O Gabinete de Crise reforça a necessidade do uso de máscara, do distanciamento mínimo obrigatório entre as pessoas (de 2 metros sem máscara ou EPI e de 1 metro com esses equipamentos), da higienização de ambientes e que aglomerações sejam evitadas.
Região de Bagé deixa a bandeira preta
Nesta rodada do mapa preliminar, a região de Bagé retorna à bandeira vermelha, após permanecer em bandeira preta na semana passada. A alteração ocorreu em função de não haver nenhum registro de óbito no município, segundo o Estado. Além disso, na macrorregião sul, que Bagé está incluída, melhorou a relação entre leitos de UTI livres e os ocupados por pacientes com covid-19.
No entanto, os indicadores continuam elevados, como é o caso das hospitalizações confirmadas para covid-19 registradas nos últimos sete dias: foi de 18 para 35 casos.