- RS registra sete novas mortes por covid-19 neste domingo (22) e chega a 6.494
- Mortalidade é a quinta mais baixa do Brasil
- Comparado a países, Rio Grande do Sul tem proporção de mortes semelhante a Irã
O Rio Grande do Sul registrou, neste domingo (22) sete novas mortes pelo coronavírus nas últimas 24 horas, informou a Secretaria Estadual da Saúde (SES). Em mais de nove meses de pandemia, 6.494 pessoas morreram pela covid-19, mais do que a população de Cambará do Sul, onde vivem 6.406 pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O governo também contabilizou, neste domingo (22), mais 924 pessoas contaminadas, elevando o total de infectados para 297,8 mil – destes, 92% estão recuperados.
A piora da epidemia no Rio Grande do Sul – o último mapa do modelo de distanciamento controlado classificou 13 regiões em bandeira vermelha – vem preocupando médicos e o Palácio Piratini pela possibilidade de "segunda onda". No início da pandemia, a expectativa era de que ela aparecesse apenas no inverno, mas agora especialistas afirmam que o baixo controle sobre a epidemia e as aglomerações típicas de verão "anulam" os benefícios do clima na prevenção da covid-19.
A preocupação com a piora em meio à migração de turistas para o Litoral mobilizou o governo do Estado a antecipar a Operação Verão na saúde. O Piratini irá transferir verbas para cidades com o objetivo de equipar postos de saúde e hospitais litorâneos que, eventualmente, recebam novos pacientes durante as férias de verão.
Como está o Rio Grande do Sul comparado a Estados e países?
Dados do Ministério da Saúde apontam que o Rio Grande do Sul tem mortalidade de 57 pessoas a cada 100 mil habitantes, a pior da Região Sul e a 5ª melhor de todo o país.
Proporcionalmente, tiveram melhor desempenho na pandemia apenas Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Bahia. A proporção de gaúchos mortos está bem abaixo da média nacional (80,4 óbitos a cada 100 mil habitantes).
Dentre as causas apontadas por especialistas para o bom desempenho gaúcho estão a decisão de reduzir a circulação de pessoas cedo e a boa infraestrutura do sistema de saúde público do Rio Grande do Sul, um Estado, assim como Santa Catarina e Paraná, rico em comparação a outras Unidades Federativas brasileiras.
Comparado a países em uma análise que leva em conta o tamanho de cada população, o Rio Grande do Sul tem mortalidade semelhante a Irã (54,2) e Romênia (50,9), segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
A Suécia, por vezes comparada ao Rio Grande do Sul por causa do tamanho semelhante e pela estratégia de, ao contrário do Estado, promover a imunidade de rebanho sem grandes restrições de mobilidade, tem mortalidade pior do que a gaúcha, de 62,9.
Apesar do alto número de óbitos, a mortalidade do Rio Grande do Sul é distante dos países onde proporcionalmente mais pessoas faleceram durante a pandemia: Bélgica (135,9), Espanha (91,2), Argentina (82,9) e Reino Unido (82,3).