O número de pacientes que já contraíram covid-19 no Rio Grande do Sul sofreu um acréscimo de 496 casos nesta sexta-feira (15). Isso corresponde a 16% a mais em relação aos 3.101 exames positivos contabilizados até então. A conta subiu para 3.597 exames positivos para o vírus.
A Secretaria Estadual da Saúde chegou a informar no meio da tarde que seriam acrescentadas 497 ocorrências, mas pouco depois das 17h, quando o site oficial de monitoramento foi atualizado, a cifra final fechou com um registro a menos. Segundo a assessoria de comunicação da pasta, isso pode ocorrer em razão de rechecagens realizadas.
Esse acréscimo é resultado de testes rápidos cujo resultado havia sido apurado pelas prefeituras mas ainda não havia sido inserido corretamente no sistema informatizado que a Secretaria Estadual da Saúde (SES) utiliza para calcular a dimensão da pandemia. Ou seja, não são novas contaminações, mas pacientes que ainda não haviam entrado na contabilidade oficial.
Garibaldi foi a cidade que apresentou a maior variação, com 56 novos doentes confirmados e um total de 112 — ou seja, dobrou. Venâncio Aires acrescentou mais 30 exames positivos e chegou a um total de 82 até as 18h da sexta. Como aumentou repentinamente a quantidade de casos, sobre o qual é calculada a letalidade da doença, essa cifra caiu de cerca de 4% para 3,5% no Rio Grande do Sul. No Brasil, estava em 6,9%.
Em live realizada nesta sexta via rede social, o governador Eduardo Leite lembrou que o universo de doentes relatado pelos municípios costuma ser maior do que aquele indicado nas tabulações estaduais. Técnicos do governo começaram a investigar esse descompasso e verificaram que uma parcela das notificações não era adequadamente formalizada pelos municípios no sistema.
— Fomos buscar com os municípios essa diferença de dados e observamos que, no processo para inserção no sistema eletrônico há etapas a serem cumpridas. As pessoas (responsáveis) não completavam todas as etapas de processamento, de lançamento dos dados. Fomos atrás, e esses dados sendo inseridos agora — afirmou o governador Eduardo Leite durante a transmissão.
O sistema ao que o governador se refere é o E-SUS Notifica, utilizado para monitorar os novos casos de coronavírus. A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, explica que a ferramenta exige que as instituições de saúde que aplicam os testes rápidos distribuídos nas últimas semanas pelo Piratini informem o resultado em uma planilha eletrônica. Mas, depois disso, é preciso completar uma etapa final que nem sempre era realizada. Por isso, a prefeitura dava o caso como notificado, mas ele não aparecia na conta do Estado.
— Fizemos um pente-fino e buscamos no sistema todos os casos sem a devida conclusão (no sistema digital). Encontramos 497 casos de diferentes períodos. Não são da data de hoje. Foram se acumulando porque não havia sido dado um clique na classificação final de cada caso — detalhou Arita.
A secretária informou ainda que o Estado vai editar uma portaria para "normatizar a notificação, o monitoramento, o controle e a confirmação final dos testes". A intenção é que os testes rápidos realizados pelas prefeituras, que não passam pelo Laboratório Central do Estado, passem a ter seus resultados contemplados em tempo real no painel da SES de acompanhamento da covid-19.
Embora o número de casos seja um dos critérios levados em consideração para determinar a cor da bandeira de cada região pelo plano de distanciamento controlado elaborado pelo Estado, o governador Eduardo Leite afirmou que essa correção não deverá ter impacto em uma eventual mudança de cor de alguma localidade. O sistema de bandeiras será atualizado na tarde deste sábado.
Os novos registros seriam inseridos no painel de monitoramento da SES ainda na tarde desta sexta.