A prefeitura de Passo Fundo, no norte do Estado, decidiu manter o fechamento do frigorífico da JBS por mais 15 dias. O local foi interditado pela Justiça após surto de casos de coronavírus e seria reaberto no próximo sábado (9).
Agentes da Vigilância em Saúde do município foram até o estabelecimento nesta quinta-feira (7) fazer uma vistoria. Segundo o órgão, o frigorífico desrespeitou regras sanitárias e epidemiológicas, o que pode colocar em risco a saúde de toda a população. Além disso, a empresa deveria monitorar todos os trabalhadores afastados, o que, segundo a prefeitura, não teria ocorrido. Por essas questões, foi decidido manter a interdição do frigorífico.
Em nota divulgada, a prefeitura destaca ainda que a interdição municipal não tem relação com a decisão da Justiça do Trabalho, que trata da relação entre empregados e a empresa. O fechamento busca garantir a proteção de toda a população, diz ainda o Executivo.
A JBS afirmou, em nota, que refuta os argumentos apresentados pela Vigilância em Saúde de Passo Fundo e ressalta que "a empresa tem adotado todas as medidas de prevenção necessárias para proteção e segurança dos seus colaboradores e tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal".
A nota destaca ainda todas as medidas tomadas pela empresa até o momento e reforça que a "produção de alimentos faz parte do decreto federal que determina essa atividade como essencial ao país, e decisões como essa colocam em risco a segurança jurídica e a garantia do abastecimento à população".
A unidade da JBS em Passo Fundo foi totalmente interditada em 24 de abril, após fiscalização da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho. O motivo do fechamento foi o fato de o frigorífico ter se tornado um foco de coronavírus com 48 trabalhadores testados positivos para a doença. Quatro pessoas que são parentes de empregados morreram.
Além disso, o Ministério Público do Trabalho também abriu inquérito devido a facilidade de contaminações entre funcionários pela falta de cuidados.
Confira a nota divulgada pela JBS
A JBS refuta os argumentos presentes no auto de infração expedido pela Vigilância Sanitária do município de Passo Fundo (RS) nesta quinta-feira (7) e que contraria a decisão judicial da 2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo, de 4 de maio, que autorizou a retomada das operações da unidade.
A empresa tem adotado todas as medidas de prevenção necessárias para proteção e segurança dos seus colaboradores e tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal.
Em decisão proferida pela Justiça ficou demonstrado que os mais de 2.500 colaboradores da unidade da JBS em Passo Fundo trabalham sob rígidas medidas de segurança.
Entre as ações adotadas pela Companhia, estão:
- afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica;
- ampliação da frota de transporte;
- desinfecção diária das unidades;
- medição de temperatura de todos antes do acesso às fábricas;
- vacinação contra gripe H1N1 para 100% dos colaboradores;
- ações de distanciamento social;
- forte comunicação de prevenção e cuidados, entre outras.
Essas e outras medidas de proteção constam de laudo da perícia técnica assinado pela especialista em medicina do trabalho Sabine Braga Chedid, que vistoriou todo complexo fabril da companhia em 23 de abril a pedido da Justiça do Trabalho, um dia antes da interdição da unidade.
Todas as medidas adotadas pela JBS estão a de acordo com os mais altos padrões dos órgãos de saúde e em conformidade com a recomendação da Consultoria do Hospital Albert Einstein e médicos especializados contratados pela empresa para apoiar na definição dos protocolos de saúde e que estão em vigor em todas as unidades da empresa.
A empresa esclarece ainda que produção de alimentos faz parte do decreto federal que determina essa atividade como essencial ao país, e decisões como essa colocam em risco a segurança jurídica e a garantia do abastecimento à população.