Após ser rebaixada na classificação de risco no modelo de distanciamento controlado, trocando a bandeira vermelha pela laranja, menos restritiva, Lajeado irá retomar na segunda-feira (18) atividades econômicas que estavam totalmente ou parcialmente paralisadas, incluindo o comércio e o shopping da cidade.
O prefeito Marcelo Caumo avalia que a reclassificação em categoria mais moderada, de risco médio, anunciada pelo governo estadual no início da noite deste sábado (16), é fruto da redução dos casos de novos contaminados pelo coronavírus e da diminuição da ocupação de leitos de UTI no Hospital Bruno Born.
— A bandeira vermelha é muito restritiva. Agora, com todo o cuidado, vamos retomar o comércio e a operação do shopping com limitação na circulação de pessoas no estabelecimento. As indústrias poderão operar com quantidade maior de trabalhadores, principalmente na construção civil. Uma série de atividades poderão ser retomadas ou ampliadas — comemora Caumo.
Ele destacou que a cidade "passou por momentos difíceis", mas destacou o desejo de conciliar a preservação da saúde com a manutenção do direito ao trabalho. Antes da reclassificação deste sábado, a região de Lajeado, composta por 37 municípios, era a única do Rio Grande do Sul em bandeira vermelha. O restante estava em amarelo ou laranja. Um dos principais focos da covid-19 no Estado, o município de Lajeado registra 242 casos confirmados e 14 óbitos. Os recuperados são 144.
O prefeito diz que irá produzir o decreto municipal autorizando a retomada de setores econômicos neste domingo (17), com validade a partir da segunda. O shopping da cidade, diz Caumo, deverá abrir na terça-feira (19), com o aproveitamento da véspera para discutir e rever os protocolos de segurança, limitação de clientes e métodos de distanciamento.
Lajeado registrou dois focos de coronavírus nos frigoríficos BRF e Minuano, que recentemente foram interditados por determinações judiciais. Muitos dos trabalhadores das marcas são moradores dos periféricos bairros Jardim do Cedro e Conservas, que se tornaram os mais atingidos pela pandemia na cidade.
Os dois frigoríficos estão negociando os termos para retomar as operações parcialmente, sendo que o Minuano já obteve homologação de um acordo mediado pelo Ministério Público para voltar a funcionar com 50% da capacidade de operação.
— Vai existir um reforço na assistência social e na orientação de distanciamento social para esses bairros. A maior atenção a essas localidades inclusive deverá constar no acordo que as empresas estão assinando com o Ministério Público. Posso dizer, com certeza, que faz mais de uma semana que não tivemos internações decorrentes de contaminação de funcionários de frigoríficos. Nem de pessoas ligadas a eles. Conseguimos controlar — assegura o prefeito.