- Total de contaminados já é 114.715
- Recuperados do vírus somam pelo menos 48.211
- Mais da metade (54%) dos internados com síndrome respiratória causada por covid-19 tem menos de 60 anos
O Brasil tem um novo recorde de mortes por covid-19 registradas em 24 horas. O boletim diário do Ministério da Saúde desta terça-feira (5) aponta que 600 óbitos foram registrados em um dia na estatística oficial, fazendo o número de vítimas fatais por coronavírus no país chegar a 7.921. O recorde anterior era do dia 28 de abril, quando o país registrou 474 óbitos.
No total, são 114.715 contaminados, sendo 6.935 nas últimas 24 horas. Os pacientes recuperados somam 48.221 (42%). Outros 58.573 (51,1%) seguem em tratamento. A taxa de letalidade se mantem em 6,9%. Além dos óbitos já confirmados, mais 1.579 têm sua causa investigada e podem entrar na estatística nos próximos dias.
Os números do Ministério da Saúde ainda apontam para uma mudança no padrão etário das pessoas internadas com a chamada síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada por coronavírus. Segundo a pasta, 54% dos pacientes nessas condições no Brasil têm menos de 60 anos.
— Inicialmente parecia que a covid era uma ameaça apenas aos idosos e àqueles com outros problemas de saúde. À medida que a quantidade de testes foi sendo disponibilizada e cada vez estamos conhecendo sobre a doença — comentou o secretário de vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira, em coletiva nesta terça-feira (5).
A faixa etária das vítimas fatais de covid-19, no entanto, segue a proporção inicial. A maioria (69%), segundo o ministério, tem 60 anos ou mais.
— É fundamental que as pessoas entendam que este vírus é novo, uma doença que estamos aprendendo e conhecendo. E não há nenhuma verdade absoluta sobre essa síndrome respiratória — alertou Wanderson.
O secretário, sozinho na bancada da coletiva, também deu sua opinião sobre os estudos internacionais que apontam o Brasil como próximo epicentro da pandemia. Wanderson ressalta que os levantamentos são feitos baseados no padrão de contágio de outros vírus respiratórios. A circulação dos vírus de gripes, por exemplo, aumenta consideravelmente no período de outono e inverno no país. Wanderson afirma que por ser uma doença nova, a covid-19 não nos permite analisar um padrão estabelecido para combinar aos das doenças tradicionais.
— Não sabemos precisar o quanto dessas medidas não farmacológicas como distanciamento social e cuidados com higiene... Isso com certeza terá impacto na redução da circulação de outros vírus respiratórios, não só do coronavírus — argumentou.
Sobre a estimativa de pessoas infectadas pelo coronavírus e curadas, o secretário detalhou que “é impossível ter o número preciso de curas”. Inclusive, mais de 120 mil resultados de exames de laboratórios da rede privada não foram contabilizados nas estatísticas, segundo ele. Wanderson relembra, porém, que oito em cada 10 contaminados sequer apresentam sintomas e se curam do vírus, portanto não são contados na estatística geral - o que causa a chamada subnotificação.
— O número de curados é imensamente maior do que de pessoas que evoluíram para casos graves, não tenham dúvidas disso — declarou.