A região de Uruguaiana foi a única do Estado a sofrer aumento na classificação de risco do distanciamento controlado neste sábado (16), passando da bandeira amarela, mais amena de todas, para a laranja, que indica um patamar médio, mas isso não deverá ocasionar mudanças práticas no funcionamento das atividades econômicas da cidade, diz o prefeito Ronnie Mello.
Conforme os protocolos específicos definidos pelo governo estadual, as bandeiras amarela e laranja têm regras bastante semelhantes em relação ao comércio, um dos setores mais sensíveis na aplicação de restrições durante a pandemia de coronavírus. Nas duas cores, o atacado e o varejo estão autorizados a funcionar com 50% da sua capacidade de operação. Uma pequena alteração a ser observada em Uruguaiana diz respeito às lojas de veículos e oficinas de manutenção, que poderão continuar abertas, mas com redução da capacidade de trabalho de 75% para 50%. De resto, a rotina deverá permanecer igual na cidade da Fronteira Oeste, apesar do aumento na classificação de risco.
— Não haverá mudanças na prática para nossos estabelecimentos, sejam comerciais ou de outros segmentos. O nosso decreto municipal já estava adequado a essa realidade de limitar em 50% a capacidade de operação. Mas, na segunda-feira (18), iremos iniciar uma série de reavaliações. Se forem necessárias mudanças para frear a disseminação do vírus, nós iremos fazer — diz o prefeito Ronnie Melo, que está em isolamento após ter testado positivo para a covid-19 na sexta-feira (15).
A mudança da classificação de risco da região de Uruguaiana é atribuída ao aumento de casos confirmados nos últimos dias. A secretária da Saúde, Lilian Stumm, diz que a cidade tinha seis testados positivos até quarta-feira (13). Em curto espaço de tempo, entre quinta e este sábado, houve salto para 31 na contagem do município. Na estatística da Secretaria Estadual da Saúde, que apresenta defasagem em relação aos levantamentos das prefeituras, ainda não houve essa atualização e os positivos estão limitados a oito.
A situação em Uruguaiana registrou rápido crescimento nesta semana por conta da autorização para que cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, voltassem para suas cidades de residência. Mais de 30 militares da unidade apresentaram algum sintoma de covid-19.
— O nosso município recebeu 13 cadetes que estavam na Aman. Quando eles voltaram, fizemos os testes e 10 resultaram positivo. Isso causou disparada na estatística de Uruguaiana. Os cadetes estão isolados em seus domicílios e estão sendo monitorados pela equipe do Exército e pela vigilância epidemiológica do município. Todos passam bem, alguns têm sintomas leves e outros são assintomáticos — diz Lilian.
A secretária indica preocupação e ampliação de cuidados com a aproximação do inverno, que começa em junho, estação que é considerada mais propícia para a disseminação do vírus.
— As temperaturas baixas começaram faz pouco e já tivemos uma potencialização de casos. Quem conhece Uruguaiana sabe que ainda há muito o que esfriar, costumamos ter temperaturas próximas de zero, o que facilita a apresentação de sintomas gripais e outras doenças — diz a secretária.