O epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Curi Hallal, divulgou nesta quarta-feira (29) os resultados da segunda etapa da pesquisa sobre a prevalência do coronavírus no Rio Grande do Sul. Segundo o estudo, para cada 1 milhão de habitantes no RS, estima-se que existam 1,3 mil infectados reais. A pesquisa é uma realização da instituição, com apoio do governo do RS e parceria com outras universidades.
Entre as conclusões da segunda etapa da pesquisa está outra estimativa: de que 15 mil pessoas já tenham sido infectadas pelo Sars-Cov-2 no Rio Grande do Sul. Conforme dado oficial, até a manhã desta quarta-feira (29), havia 1.350 casos notificados no Estado. O levantamento indica que para cada caso registrado há 12 que não chegaram ao conhecimento das autoridades.
O número de 15 mil se refere a pessoas que tenham tido contato com o vírus – tendo ou não os sintomas da doença – e tenham desenvolvido os anticorpos para a covid-19. Isso porque o teste usado no levantamento é o rápido, o que detecta dois tipos de anticorpos no organismo. O levantamento aponta que há uma pessoa infectada a cada 769 habitantes. Na primeira fase, a estimativa era de um infectado para cada 2 mil pessoas.
O coordenador-geral da pesquisa, o epidemiologista e reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, explica que "apesar de a diferença entre os resultados da primeira fase (5,6 mil) e da segunda fase 2 (15 mil) estarem dentro da margem de erro, parece haver uma tendência de aumento" no número de infectados.
A estimativa hoje mostra possíveis 15 mil pessoas que já tenham tido contato com a covid-19, mas levando em conta a margem de erro, o número pode ser entre 5,6 mil e 32,7 mil.
O dado relativo ao isolamento social indica que aumentou o número de pessoas que saem de casa diariamente. No primeiro turno de entrevistas, 20,6% dos participantes iam para as ruas todos os dias. Agora, o percentual subiu para 28,3%. Isso se traduz no movimento que tem sido percebido nas ruas nos últimos dias em várias cidades do Estado, até com casos de aglomerações. O percentual de quem fica em casa o tempo todo caiu: de 21,1 para 18,3%.